ATA DA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 18-02-2010.
Aos dezoito dias do mês de
fevereiro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Ana Terra do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e nove
minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto
Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Ervino Besson,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mauro Pinheiro e Paulinho Ruben Berta.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch,
Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Mario
Manfro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador João Carlos Nedel, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 012/10 (Processo nº 0466/10). Também, foram apregoados
os Ofícios nos 087, 088 e 089/10, do
senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando Vetos Parciais,
respectivamente, aos Projetos de Lei do Legislativo nos 321/05, 074 e 125/09
(Processos nos 7040/05, 1472 e 2906/09,
respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 179367,
179381, 179383, 179634, 183038 e 183408/10, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. Na oportunidade, o vereador João Antonio Dib manifestou-se
acerca dos prazos legais para veto pelo senhor Prefeito Municipal de projetos
aprovados por este Legislativo. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores
João Pancinha, Luiz Braz, Ervino Besson, este em tempo cedido pelo vereador Luciano Marcantônio, e Aldacir José Oliboni, este em tempo cedido pela vereadora Maria
Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Tarciso Flecha Negra, João Antonio Dib e DJ Cassiá e a vereadora Fernanda Melchionna. Na
oportunidade, o vereador Elias Vidal informou que os vereadores integrantes da
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação participariam de reunião na
tarde de hoje com o senhor Humberto Goulart, Diretor-Geral do Departamento Municipal
de Habitação. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Mario Manfro e Mauro Pinheiro. Na ocasião, foi
apregoado Requerimento de autoria do vereador Mario Manfro, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde no dia de ontem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
os vereadores Carlos Todeschini e Reginaldo Pujol. Também, foram
apregoados Requerimentos de autoria do vereador Mauro Zacher, deferidos pelo
senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo em palestras sobre “bullying” a serem realizadas no Colégio
Concórdia, em Porto Alegre, às quatorze horas do dia de hoje, e no Colégio
Estadual Ivo Bühler, em Montenegro – RS –, às dez horas do dia vinte e cinco de
fevereiro do corrente (Processos nos
0617 e 0323/10, respectivamente). Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Dr.
Thiago Duarte. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o vereador
Valter Nagelstein. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o
vereador Aldacir José Oliboni. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Luiz Braz e Haroldo de Souza. Em GRANDE
EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Dr. Raul. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos 049 e 054/09; em 2ª Sessão,
o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 018/09, discutido pelo vereador Luciano Marcantônio, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 252/09. Às dezesseis horas e quarenta e cinco minutos, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Mario Manfro e Mauro Pinheiro e secretariados pelos
vereadores Bernardino Vendruscolo e Mauro Pinheiro, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Bernardino
Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, uma solicitação: quanto
a esses vetos parciais que foram citados agora, nós já estamos no dia 18 de
fevereiro, e o Prefeito tem prazo para sanção das leis ou silenciar. Foi respeitado
esse prazo?
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A CCJ deverá verificar, Ver. Dib.
Passamos às
O
Ver. João Pancinha está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO PANCINHA: Ver. Mauro Pinheiro, na presidência dos
trabalhos; Vereadores e Vereadoras; público que nos acompanha pelo Canal 16 e
Rádio Web, venho, no período de Comunicações, falar a respeito da Frente
Parlamentar do Parque da Harmonia. No final do ano passado, aprovamos nesta
Casa a criação da Frente Parlamentar do Parque da Harmonia, que visa fazer um
estudo com os diversos atores necessários - e aí eu incluo o Executivo, incluo
o Legislativo; incluo, Ver. João Antonio Dib, o MTG, o IGTF, o Orçamento
Participativo, na temática da Cultura; enfim, pretendo que todos os que desejarem
participem. O Ver. Bernardino
Vendruscolo é um grande incentivador da criação do parque temático e,
inclusive, um grande defensor do tradicionalismo; ele foi o primeiro com quem
falei a respeito da criação da Frente Parlamentar, para a qual obtive total
apoio; ele inclusive engajou-se na participação da Frente Parlamentar. Eu lhe
pergunto, Ver. Bernardino: aonde, na capital dos gaúchos, nós podemos levar
algum amigo que venha do Interior ou algum amigo que venha de algum Estado
brasileiro interessado em conhecer um pouco da tradição gaúcha? Aonde nós
poderemos levar as pessoas, senão em alguma das boas churrascarias que nós
temos aqui em Porto Alegre? Mas contamos apenas com uma churrascaria com
algumas danças típicas, e isso não vai mostrar o que é a cultura do Rio Grande
do Sul.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. João Pancinha. Quero lhe dizer - e é do seu
conhecimento - que nós já estávamos estudando a questão pela terceira vez,
porque, na primeira, o nosso Projeto não saiu desta Casa; na segunda vez, nós
apoiamos o Projeto do Ver. Ismael, que foi vetado pelo Prefeito, e nós não
conseguimos derrubar o Veto. E eu já venho há tempo preparando um projeto
através de um concurso público, e V. Exª sabe que eu sigo com ele, e quero lhe
pedir para me somar a essa Frente, porque acho que este assunto é tão
importante, que eu acredito que nós devemos atacar em todos os flancos, porque
é impossível aceitarmos - e não falo deste ou daquele governo - que todos os
governos não enxerguem um grande negócio para Porto Alegre como este, a criação
do parque temático. Meus cumprimentos, e vamos nos somar. Não há como nós
recuarmos; cada um vai para um lado, mas, no final, vamos nos juntar para
convencer o Prefeito - seja ele qual for - de que nós precisamos ter um parque
temático em Porto Alegre.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Pancinha, V. Exª também tem todo o apoio da Frente
Parlamentar do Turismo, porque esse parque será fundamental para a evolução do
turismo em Porto Alegre.
O SR. JOÃO PANCINHA: Muito obrigado, Ver. Nedel. Então, a
intenção da criação dessa Frente Parlamentar é no sentido de que tragamos os
agentes, os atores responsáveis pelo turismo em Porto Alegre, mas também
devemos trazer a essência da tradição gaúcha para a capital dos gaúchos. É
importante que nós tenhamos, no Parque da Harmonia - que, parece-me, foi criado
justamente com essa finalidade -, a manutenção, claro, Ver. Paulinho Ruben
Berta, do tradicional Acampamento Farroupilha durante o mês de setembro, mas
que esse parque temático também possibilite visitação durante o ano inteiro.
Ali deveremos ter uma fazendinha, cutelaria, museu farroupilha, enfim, que
tenhamos, realmente, um local que possa agregar cultura e também turismo à
cidade de Porto Alegre.
Então,
nesse sentido, eu venho fazer esse pronunciamento, e tenho aqui comigo a data
da instalação da Frente Parlamentar: será no dia 25 de fevereiro, aqui no
Plenário Ana Terra, às 19h. Convido os Vereadores a se engajarem nessa Frente
Parlamentar, para que possamos ter o maior número de participações. Tragam
também seus convidados, como eu já disse, tanto do Executivo quanto do
Legislativo e, principalmente, da comunidade porto-alegrense e tradicionalista,
pessoas que querem ver, sim, na capital dos gaúchos, um centro de referência da
tradição gaúcha, o que vai ajudar, inclusive, a trazer o turismo para a cidade
de Porto Alegre já na Copa de 2014.
Então,
conto com o apoio dos nobres Pares para que assinem a instalação da Frente
Parlamentar, que estejamos juntos no dia 25 para que possamos, então, discutir
e aprofundar esse assunto, e que, no final dos trabalhos, Ver. Bernardino, nós
tenhamos, além de um projeto estudado, a soma dos diversos projetos que estão
em andamento, e que possamos, realmente, ter esse parque temático na cidade de
Porto Alegre. Muito obrigado pela atenção e um abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, com toda a certeza, uma das
coisas que as administrações públicas anunciaram no passado e que nós
acreditávamos que seria, realmente, algo que viesse a dar um fôlego a mais para
as administrações em todo o País e uma melhora em todos os setores da sociedade
ficou só no anúncio; nós, praticamente, vemos muito pouco das Parcerias
Público-Privadas; praticamente, elas inexistem. E eu me lembro de que, quando
elas foram anunciadas, foi como uma espécie de salvação dentro da Administração
pública, porque, como falta dinheiro dos governos, acredito que seja uma
maneira inteligente de fazer a Administração pública chamar os parceiros
privados para que eles possam, colocando seus recursos e, é claro, perseguindo
seus objetivos, fazer com que aquilo que tem que ser feito em prol da sociedade
seja feito, Ver. João Dib, sem que soframos com a alta de impostos, o que,
realmente, sempre prejudica e não é bem-vinda quando acontece. Aliás, a
sociedade não aguenta mais, Ver. Bernardino Vendruscolo, que se fale em
aumentar impostos; o que nós sempre temos que ver é quais são as soluções para
não aumentá-los. E é claro que as parcerias público-privadas foram saudadas
como uma boa solução para que não precisássemos mais aumentar impostos. Mas
ficou nisso, e aqui, praticamente, nós não temos nada em matéria de Parceria
Público-Privada.
Discute-se
que, agora, com relação aos Portais, talvez surja alguma coisa, mas eu acredito
que está faltando alguém na Administração pública - e estou falando agora em
Porto Alegre - que entenda mais sobre esse assunto para incentivar a ajuda dos
parceiros privados.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Muito obrigado pelo aparte. O assunto que traz o Ver. João Pancinha
é um exemplo de Parceria Público-Privada que deve seguir. Eu lhe citaria o
exemplo de uma pequena Parceria Público-Privada que traria a solução para um
problema de Porto Alegre, que são os cuidados para com a estátua do Laçador e
com a sua manutenção. Por que não haver um quiosque lá, com a possibilidade de
exploração comercial onde, ao mesmo tempo, podem ser dadas as informações sobre
turismo na cidade de Porto Alegre? Nós não temos nada! O Laçador está
praticamente sozinho, para não dizer abandonado. Acho que falta, dos homens
públicos, esta visão, esta iniciativa: o entendimento do quanto é boa a
Parceria Público-Privada.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Bernardino, eu me lembro de que, no
ano passado, nós fizemos, de dois projetos aqui, exemplos do que nós poderíamos
ter através das parcerias: bancas de revistas e jornais e bancas de chaveiros.
Sem custar um tostão a mais para a Administração pública, nós tivemos mais de
cem bancas de jornais e revistas já trocadas na Cidade, bancas novas que não
custaram nada. Sabe quanto custaram? Publicidade nas bancas. O empresário, o
empreendedor, acreditou que, através daquela publicidade, poderia dar uma banca
nova para o jornaleiro - a Cidade sai ganhando. É claro que cabe a nós regrar o
tamanho dessa publicidade, o que pode haver, o que não pode. Isso é uma regra
que passa aqui pela Câmara Municipal, mas nós podemos, através dessa
publicidade, Ver. Mauro, fazer muita coisa, trocar muitos equipamentos da
Cidade. Eu sugeri, lá na Comissão de Constituição e Justiça, da qual eu faço
parte - e já foi aceita a sugestão -, que nós possamos fazer um seminário sobre
mobiliário urbano. O Ver. Pedro Ruas, que é Presidente da Comissão, disse que,
até o mês de maio, nós deveremos fazer esse seminário, que será exatamente para
que possamos ver quais as soluções que poderemos dar ao mobiliário, e eu
acredito que esse mobiliário poderia ser renovado através de parcerias. Eu acho
que isso não deve custar nada para a Administração pública, mas isso deve, sim,
custar a atenção da Administração, que deve, realmente, investir muito para que
nós possamos ter a Cidade embelezada, Vereador. Nós poderemos ter, quem sabe,
os corredores de ônibus patrocinados por isso, a manutenção desses corredores,
as paradas dos ônibus, não é? Tudo isso poderia não estar custando nada para as
Administrações; tudo isso poderia estar sob o manto de pessoas que precisam
investir, que querem investir, que têm como investir, mas que necessitam que as
Administrações públicas abram os espaços necessários para que isso possa
ocorrer. Eu acho que esse seminário, Ver. João Antonio Dib, que nós sugerimos
lá na Comissão de Constituição e Justiça, para a discussão do mobiliário
urbano, vai ser uma boa oportunidade de, trazendo para cá palestrantes, grandes
conhecedores dessa área do mobiliário urbano, surgirem boas ideias para que,
sem gastar dinheiro público, para não aumentar impostos, nós possamos,
realmente, fazer com que o mobiliário urbano seja modernizado em nossa Cidade.
Existem hoje grandes empresas no mundo todo pensando, realmente, nessa área do
mobiliário urbano, na forma de fazer com que as cidades fiquem mais bonitas. E
eu acredito que nós aqui não podemos ficar de fora, porque, afinal de contas,
Porto Alegre sempre teve tradição de ser uma cidade muito bonita, e eu acho que
isso passa exatamente pela modernização do mobiliário urbano.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Luciano Marcantônio.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Mauro
Pinheiro, cumprimentando-o quero cumprimentar todos os colegas Vereadores e
Vereadoras, Ver. João Carlos Nedel, que está na Mesa juntamente com o
Presidente, e cumprimento de forma especial os funcionários e as pessoas que
nos assistem pelo canal 16 da TVCâmara.
Ver.
João Pancinha, eu também vou ao encontro do pronunciamento de V. Exª, este
assunto é importante, porque Porto Alegre tem que aflorar de uma forma mais
rápida, meu caro Presidente, pois os dias andam muito rapidamente. Em 2014, nós
teremos a Copa do Mundo, e há muitas ideias para que nós tenhamos uma cidade
que apresente condições de receber, à altura da história de Porto Alegre, uma
Copa do Mundo. Outros locais aqui do nosso Estado têm que se engajar nessa luta
para que nós tenhamos um visual e um acolhimento aos turistas que visitarão o
nosso Estado para assistir à Copa do Mundo.
Quanto
a essa Frente Parlamentar para a criação do parque temático, acho que nós
temos, sim, que trabalhar junto com todos os 36 Vereadores e com os segmentos
da nossa Cidade, porque, a nosso ver, a Cidade está, nessa área de turismo e de
criação de um parque, atrasada - nós estamos muito atrasados ainda. Então nós
temos que trabalhar em conjunto com os Vereadores, com as entidades, com os
órgãos públicos, para que possamos andar, mas andar mais depressa um pouco,
porque a burocracia, muitas vezes, atrasa as ideias boas. E quando ela atrasa
as ideias boas que surgem, quando ela chega lá “no finalmente”, e algumas
coisas não andam, não são colocadas dentro dessa ideia, há também um atraso
para o que é bom para a Cidade, para o que é bom para todos nós.
Meu
caro Ver. João Carlos Nedel, que tem feito um esforço extraordinário, pela
responsabilidade que tem na área do turismo - V. Exª está fazendo um belo
trabalho -, no ano passado, Ver. Nedel, nós estivemos num jantar em Novo
Hamburgo, onde um grupo de pessoas criou uma Rota Romântica. O pessoal se deu
conta do que representa o turismo no nosso Estado. Lá foi eleita uma diretoria
- o Heitor Borella, que muitos conhecem, foi escolhido como Presidente -, e o
resultado da criação dessa Rota Romântica, olhem, é uma coisa que enche os
olhos das pessoas! Criaram esta revista (Mostra a revista.) onde colocaram cada
cidade com as suas belezas, com as suas histórias, para o crescimento do
turismo. E houve, assim, uma mudança enorme, porque nós temos uma riqueza tão
grande neste Estado, tão bela e tão grande, que as pessoas precisam conhecer.
Mas, para que isso aconteça, meus caros Vereadores, Ver. João Pancinha, temos
que mostrar às pessoas o que nós temos.
Esta
revista da Rota Romântica - pedi para o Heitor Borella, quando me encontrei com
ele, na praia, que me cedesse uma revista - apresenta cada cidade, dizendo o
que há de beleza, desde a gastronomia até a história de cada Município. Isso é
o importante. São ideias que se criam, mas a coisa tem que andar!
Novo
Hamburgo se reuniu com um grupo de pessoas, surgiu a ideia, e criaram um grupo
para trabalhar em cima dessas áreas para colocar o turismo, para chamar os
turistas para essas áreas. Olhem, há fotos aqui belíssimas! Cada cidade com a
sua estrutura, com a sua história! Olhem só!
Eu
me recordo de quando uns parentes meus vieram da Itália há alguns anos,
visitaram algumas áreas de Porto Alegre, por exemplo a Zona Sul, e disseram:
“Vocês querem conhecer país de Primeiro Mundo, a Itália - Gênova, Padova,
Trento -, mas vocês têm que conhecer o Rio Grande, porque vocês têm coisas
iguais ou melhores aqui no Rio Grande!” E tem gente que quer conhecer países de
Primeiro Mundo. Vamos conhecer, sim, mas também vamos valorizar o que é nosso,
conhecer essa beleza que nós temos aqui. Nós temos esse desafio pela frente!
Vamos
fazer um trabalho aqui, Ver. João Carlos Nedel. Vamos criar uma revista como
esta, mostrar o que nós temos de beleza. Vamos incluir junto, nessa Rota
Romântica, aqui... Olhem aqui a beleza de cada Município! A história de cada
Município! Às vezes chega o fim de semana ou um feriadão, e as pessoas não
estão com vontade de ir à praia. Agora, eu duvido, eu faço um desafio aqui aos
Srs. Vereadores, às pessoas que nos assistem pelo Canal 16, no sentido de que
peguem uma revista desta e deem uma olhada. Sem dúvida nenhuma, não deixarão
jamais de fazer um passeio, porque aqui está a história, a beleza e a
gastronomia de cada Município.
Portanto,
muito obrigado, meu caro Presidente. Peço desculpar por ter excedido um pouco o
meu tempo, mas esse assunto é importante. Ver. João Carlos Nedel, sei que o seu
desafio é grande. Estamos juntos, irmanados com V. Exa, porque o seu esforço é
enorme, e tenho certeza de que coisas boas surgirão. Elas vão surgir porque
estão nas mãos de gente boa, nas mãos de quem quer o crescimento e nas mãos de
pessoas como V. Exª e outros Vereadores, grupo do qual fazemos parte, para que
nós possamos, sim, alavancar essas belíssimas ideias para o turismo da nossa
Porto Alegre e do nosso Rio Grande. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Mauro Pinheiro;
saúdo os demais colegas Vereadores e Vereadoras e o público que está
acompanhando a nossa Sessão de hoje. Eu queria, neste período de Comunicações,
fazer dois grandes registros que, acredito, são importantes até porque se
referem a projetos que não só promovem a inclusão social como também dialogam
com uma camada da sociedade que tem uma tremenda necessidade de Educação, Saúde
e assim por diante.
Quero
também agradecer ao Jorge Ribeiro, ao Pitol, assessor do Senna, porque, depois
de muitas reuniões com a comunidade do Morro da Cruz, está retornando o
itinerário do ônibus até o alto do Morro da Cruz, gratuitamente. Nós tivemos a
sua interrupção do ônibus há três anos, por uma medida arbitrária, sem
conhecimento de causa. Agora a comunidade do Morro da Cruz volta a receber o
ônibus a partir do dia 22, das 6h à meia-noite, de meia em meia hora. Essa foi
uma conquista da comunidade, que reivindicava isso, há muito tempo, à EPTC.
Por
outro lado, eu quero fazer também um grande elogio ao meu colega Ver. Newton
Braga Rosa, que hoje é Secretário da Inovapoa. Foi por uma provocação que eu
fiz a ele que nós retornamos a discutir a cedência da área da futura nova
escola técnica do Partenon. Isso foi aqui, no final do ano, e ele passou a
assumir essa relação com o Governo Fogaça, e eu assumi a relação, de parte do
Governo Federal, a pedido do Coordenador-Geral Eliezer Pacheco, no que se
refere a esse Programa que representa, dentro do Ministério da Educação, a
expansão das escolas técnicas no Brasil.
Depois
de muitas idas e vindas, de visitas aos locais que o Governo disponibilizava,
nós conseguimos, de uma certa forma, ter o entendimento de que a nova área que
será cedida ao Município pela empresa Condor, que fica na região do Partenon,
não é de 30 mil metros quadrados, mas de 230 mil metros quadrados. O Governo
Federal vai se responsabilizar, em troca disso, por uma área de preservação,
com o cercamento de todo o local e com a colocação de uma incubadora. Esse
acordo deverá ser assinado nos próximos dias. Teremos aqui a alegria de
anunciar o dia em que o acordo será assinado entre a Prefeitura e o Governo
Federal, e todos os Vereadores poderão estar presentes nesse ato tão importante
para Porto Alegre e também para o Estado do Rio Grande do Sul, porque será
construída uma nova escola, um instituto de educação e também o novo campus de uma escola técnica. Se no
passado nós aplaudíamos o novo campus
da UFRGS, ali próximo a Viamão, nós iremos aplaudir, com essa iniciativa, o
novo campus da escola técnica, que
irá se instalar próximo ao Carrefour, na Região Leste de Porto Alegre, no
chamado “corredor tecnológico”, como todo o mundo fala, que é próximo à PUC,
próximo ao Ceitec, enfim. Todo o mundo falava, aqui, no corredor do futuro
metrô, mas, independentemente disso, aquela é numa região onde há uma enorme
carência na Educação. Falava-se, também, no passado, que ali havia o Presídio
Central, que ali havia o Sanatório Partenon, coisas que, na verdade, não eram
tão boas quanto as coisas da área da Educação, da Saúde e assim por diante.
Portanto, nos próximos dias, o Governo fecha essa parceria que é de extrema
importância para a cidade de Porto Alegre.
Vejam
só, dos 1.200 alunos que hoje o Instituto tem, próximo ao Planetário, passará
para mais de 2.400 vagas. É, sem duvida nenhuma, um projeto muito importante,
estratégico para Porto Alegre e, mais precisamente, para a Região Leste de
Porto Alegre.
O Sr. Ervino Besson: V. Exa permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Aldacir José Oliboni, primeiramente eu quero agradecer o
aparte e parabenizar V. Exª pela lealdade e franqueza do seu pronunciamento,
porque as coisas boas devem ser ditas.
Eu
também quero fazer um registro sobre o Pitol, que está aqui presente. Ele é o
porta-voz dos Vereadores com a EPTC, tem sido muito leal, muito competente nas
reivindicações deste Vereador, talvez de V. Exª, assim como outros, pelo
trabalho que ele leva até a Secretaria. Isso é bom para os Vereadores e para
Cidade, porque o que é bom para a Cidade é bom para nós também. E V. Exª está
sendo muito leal, muito franco no seu pronunciamento. Quero parabenizar Vossa
Excelência.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Obrigado, Ver. Ervino Besson. A
comunidade do Morro da Cruz - volto ao tema inicial sobre a qual eu falava que
estava sem transporte coletivo - tem uma enorme dificuldade, porque, em lugares
muito íngremes, morro acima, os ônibus não queriam fazer o itinerário do
transporte coletivo, e mais do que isso, a comunidade do Morro da Cruz fica um
pouco distante dos interesses de muitos empresários que olham o transporte
coletivo apenas como um mecanismo de lucro, mas que agora perceberam que nós
temos que também lutar e favorecer as comunidades menos aquinhoadas, pois
muitas vezes a evasão escolar é muito grande, exatamente porque o estudante não
tem sequer uma passagem escolar. Isso vem ao encontro da população, da
comunidade.
Mais
do que isso, quanto à escola técnica, essa parceria tem que ser estendida para
muitos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Com o programa de expansão
das escolas técnicas, o Governo Federal não só implementou, está implementando
até 2010, mais 24 escolas no Rio Grande do Sul - inaugurou, até o final do ano,
oito escolas técnicas.
Então,
esse programa de expansão é uma iniciativa que vem dos Municípios e que acaba
se somando à ideia do Governo Federal de valorizar não só os cursos técnicos,
mas também preparar os jovens para o mercado de trabalho. É nesse aspecto que
nós louvamos muito essa iniciativa e também parabenizamos aqueles que se
envolveram nesse Projeto, mais especificamente o meu colega e Secretário Newton
Braga Rosa, Ver. João Antonio Dib, seu colega de Partido, que tem, junto
conosco, feito um enorme trabalho, sem contar aqui com o trabalho do Ver. DJ
Cassiá, que foi comigo a Brasília, e o trabalho de outros Vereadores que se
somaram às inúmeras reuniões que tivemos. Graças a Deus, este é um projeto que
está dando certo, e, nos próximos dias, será assinado esse acordo de cedência
da área. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, todos que nos assistem, esta é uma semana de muita alegria para
mim. Eu não poderia deixar de vir aqui e dividir esta alegria que eu estou
sentindo nesses últimos cinco, seis dias com vocês, com todos os Vereadores,
com todas as Vereadoras, porque o Projeto do kit escolar, que todos vocês apoiaram e aplaudiram, foi sancionado
pelo nosso Prefeito, José Fogaça. O Projeto não é nosso, nós só o aprovamos; é
das famílias carentes para que os seus filhos possam ter o seu kit escolar, possam, amanhã, ser os
grandes cidadãos do nosso País. Então eu fico muito contente e quero dividir
com cada um de vocês a minha alegria no coração.
Ver.
Pancinha, lembro do meu primeiro gol, no Maracanã, contra o Botafogo, à noite.
A gente não esquece assim como esse Projeto. Esse foi o meu primeiro gol como
Parlamentar, como político. Então isso, para mim, é uma alegria, é uma coisa
difícil de transmitir a vocês, o sentimento do bem que nós, Vereadores e
Vereadoras, podemos fazer para essas famílias carentes, que tanto precisam do
nosso apoio, que precisam de que a gente esteja aqui brigando por eles.
Agradeço de coração, e vamos lutar para que outros projetos sejam aprovados,
projetos que são para o bem da Cidade e para o bem dessas pessoas mais
necessitadas, as famílias carentes.
Quero
também, agora, falar sobre o nosso jogo na praia, entre Vereadores e Deputados,
que é uma maneira de nós mostrarmos que somos também do social, que também
fazemos esta nossa parte de levar o esporte para todas as crianças. Acho que
essa é a maneira mais bonita de a gente levar para as nossas crianças e
adolescentes o esporte. O esporte une todos os povos. Lá dentro do gramado ou
na areia, onde quer que seja, não existe negro, não existe branco, não existe
advogado, não existe gari.
A
escola de samba, no Rio de Janeiro, agora mostrou, em cima do caminhão - que
maravilha! -, que aquele gari que sempre saía atrás sambando e varrendo para
que a outra escola pudesse passar era um artista naquela noite. Ele era a
atenção de toda aquela massa dentro do sambódromo do Rio de Janeiro.
Portanto,
nós, Vereadores e Deputados, queremos mostrar isso. Ficam convidados todos os
assessores, a Casa fica convidada a assistir ao jogo em Tramandaí, no domingo
pela manhã, às 10h, para que a gente possa confraternizar, fazer uma festa
bonita na orla de Tramandaí.
Ontem
não tive oportunidade de falar, porque já estava inscrito o meu querido amigo
Ervino Besson, quando Dom Dadeus disse que a paz do coração está em Deus. Eu
gostaria também que, dentro dessa fraternidade, todos os povos se unissem. Eu
ouvi uma frase, no ano passado, dentro do plenário, de que nós, no ventre da
nossa mãe, somos iguais. Quando morremos, somos iguais, mas, quando vivemos,
somos diferentes. Por quê? Então chegou o momento de essa fraternidade
acontecer, mas não da fraternidade só do coração, do dinheiro, mas da
fraternidade no que diz respeito ao preconceito das pessoas pobres, ao
preconceito do negro, ao preconceito do índio, ao preconceito do judeu e ou de
qualquer raça. Eu acho que chegou o momento, e o que Deus pede para nós agora é
que nos abracemos, que nos demos as mãos e que vamos fazer um mundo melhor, um
mundo de paz e de muito amor.
Eu
queria que a Igreja que frequento, que é a Católica, no sermão dos padres, que
é um momento maravilhoso, não trouxesse só a fraternidade, sem falar em
riqueza, em dinheiro. Claro que todos precisamos do dinheiro para viver, mas
precisamos de uma coisa muito mais importante para viver, que é o amor ao
próximo, e não importa qual seja o meu próximo, se ele é pobre, rico, negro.
Deus pediu só isso quando veio à terra. Espero que, daqui para a frente,
possamos refletir bem nesta Semana da Fraternidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Sr. João Antonio Dib está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver. Mauro Pinheiro, na presidência dos
trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há algumas coisas que
não consigo entender na política brasileira. Hoje, no jornal Zero Hora, na
primeira página, uma manchete (Lê.): “O Rio Grande do Sul pode perder um
deputado federal e um estadual em 2011”. A decisão está sendo estudada no
Supremo Tribunal Eleitoral. Eu não vou entender. Quando eu entrei na Câmara,
havia 21 Vereadores; depois, passaram para 33; depois, para 36, e agora serão
37. E na Assembleia Legislativa, em 1947, quando o País voltou à normalidade,
havia 56 deputados; baixou para 55, e esse número tem-se mantido. Eu sempre
tenho dito que precisamos diminuir o número de deputados federais e o número de
senadores, mas nunca mexer nas Assembleias. A Assembleia Legislativa tem 55
deputados, e se nós distribuíssemos o Rio Grande do Sul em áreas, para que cada
deputado tivesse responsabilidade sobre aquela área, ele teria que cuidar de
5.200 quilômetros quadrados, em números redondos. Os Vereadores de Porto Alegre
têm que cuidar apenas de 14 quilômetros quadrados, se eu dividir a área -
parece-me que é uma desproporção muito grande. São 513 deputados, e não
conseguem o quórum para fazer a votação, que é de 257; eles ficam falando,
falando, até conseguir 257, o que prova que não é necessário haver tanto
deputado federal. Agora eu acho que a Assembleia Legislativa deveria se manter
com os seus 55 deputados.
Por
outro lado, eu não entendo o número de Ministérios e de Secretarias Municipais
e Estaduais. Eu acho que, quanto mais se divide as responsabilidades, criando
cargos, funções, Secretarias e Ministérios, mais se gasta e menos se produz. Há
rivalidade entre os 40 ministros da República, e cada um puxa para o seu lado.
Também
não entendo, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, os
Partidos. O que é um partido? Um partido é um grupo de cidadãos que têm uma
determinada ideia, estabelecem um programa e, com disciplina, com ordem, buscam
a realização do bem-comum. Isso é um partido. Será que nós temos 40 programas
diferentes? Aqui, na Câmara de Vereadores, temos 11 Partidos. Será que temos 11
programas diferentes?
Os
países mais avançados - Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França - têm dois
partidos, e eu não estou dizendo que devamos ter dois partidos, mas ter dois
que se destaquem. Nos Estados Unidos, há Democratas e Republicanos; Inglaterra,
Trabalhistas e Conservadores. Acho que é disso que precisamos: dois partidos
que possam aglutinar algum outro partido menor.
Eu
não entendo o meu Partido, o Partido Progressista, apoiando o PT na Presidência
da República, nem no Governo do Estado, nem no Governo Municipal, pois nós
temos ideias e programas completamente diferentes. Eu não entendo o meu Partido
apoiar o PSB - Partido do meu amigo Ferronato. Não entendo! O meu Partido, o
Partido Progressista, é maior do que o outro, mas nós não decidimos sobre
programas; nós decidimos sobre vantagens, sobre cargos. E aí tudo se complica;
e aí o País não progride, se gasta muito e se produz pouco.
Havia
10 Secretarias quando fui Prefeito; hoje, já nem sei quantas existem. Eu acho
que nós precisamos repensar este País, nós precisamos repensar a nossa
República, o nosso Estado, as nossas Prefeituras. Nós precisamos de menos
vereadores, tenho convicção disso, e de menos deputados federais e senadores.
Não tenho nenhuma dúvida a respeito disso.
Portanto,
coloco a minha dúvida quanto a essa medida do Supremo Tribunal Federal, que
pretende que o Rio Grande do Sul perca uma vaga de deputado federal e uma de
deputado estadual. De deputado federal, ele pode perder até mais do que uma; de
deputado estadual, acho que não deve perder nenhuma. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu estou vindo a esta tribuna, porque, quando se trata de educação
e cultura, Verª Fernanda, me comove, isso quando as coisas são favoráveis,
porque, por sinal, quando se trata de cultura neste País, infelizmente, nem
tudo é favorável. Mas, aqui, ouvindo o relato deste guerreiro - desculpe a
expressão - e nobre Ver. Tarciso, guerreiro porque vem das bases; guerreiro por
chegar aonde chegou, com lealdade e cabeça erguida, representando, hoje, as
camadas mais desfavorecidas, eu vejo esse homem discutindo e defendendo, não só
escrevendo, mas sim, aprovando e dando o direito para aqueles que mais investem
neste País, que mais trabalham, que mais produzem por este País e que menos têm
espaço neste País, que são, infelizmente, os trabalhadores. O trabalhador tem
menos espaço na educação, tem menos espaço na cultura e, infelizmente, tem
muito menos espaço, seja onde for, quando se trata de saúde.
Quando
V. Exª falava do kit escolar, eu o
estava ouvindo e lembrando das dificuldades que eu tive para ter, Vereador, uma
borracha para levar para a escola. Eu sei das dificuldades que eu tive para ter
uma conga - que era o tênis da época - para eu não ir descalço para a escola.
Eu aqui, Vereador, fico comovido quando vejo alguém que vem de lá defender o
seu povo.
Vou
mais além: aqui, à minha frente, está um grande guerreiro por uma das escolas
mais importantes. E os países de Primeiro Mundo? Opa! Estou ficando chique, vou
falar até do Primeiro Mundo; é claro que não é difícil falar do Primeiro Mundo,
porque se vê o avanço de outros países quando investem numa educação de
qualidade. Qual é a educação de qualidade? É a escrita? Claro que sim. É, mas a
melhor educação de qualidade é aquela que prepara o jovem, é aquela que dá
oportunidade ao jovem; estão aí as escolas técnicas, e V. Exª, lá no Partenon,
é um guerreiro, junto com aquela comunidade, Ver. Oliboni. V. Exª está de
parabéns! O senhor está de parabéns!
E
quero aqui exaltar o Governo Federal e o Governo Municipal, independentemente
de Partido, porque educação não pode ter bandeira política, e eles provam, os
dois Governos, tanto o Municipal quanto o Federal, que não há bandeira
política, há um compromisso com a sociedade, e os dois assinam um acordo para
que essa escola esteja, o mais breve possível, dentro de uma comunidade, que é
o Partenon. Já nem vou falar aqui da Restinga, que já está sendo construída,
mas eu estou aqui hoje para parabenizar esses homens que lutam pela educação.
Um
bom médico, Ver. Dib, se não tiver uma educação de qualidade, não vai ser um
bom médico, não vai ser, não consegue ser um médico. Um bom advogado, a mesma
coisa; uma boa educadora, a mesma coisa; e tudo passa por uma educação de
qualidade.
Ver.
Tarciso, parabéns! Parabéns! E eu quero dar os parabéns ao Governo Municipal e
também à Secretaria de Cultura, porque, quando tem que criticar,
independentemente de Partido, eu subo aqui e cobro. A gente tem de bater
palmas, e não porque é do partido A, B ou C que nós não temos de bater palmas.
Quero aqui dar os parabéns à Secretaria da Cultura, ao Prefeito José Fogaça,
pela organização, pelo investimento de um dos maiores eventos populares, que é
o carnaval.
Para
encerrar, Sr. Presidente, salvo melhor juízo, eu não sei se Porto Alegre não é
o único sambódromo no Brasil que tem os barracões. Parece-me que é o único. Se
não é o único, é um dos poucos. Parabéns, Prefeito José Fogaça, pelo
investimento na cultura popular. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Elias Vidal está com a palavra.
O SR. ELIAS VIDAL: Eu venho fazer aqui uma comunicação. A
CUTHAB, juntamente com os seus componentes, Ver. Brasinha, Ver. Pancinha, Ver.
Nilo, Paulinho Ruben Berta e este Vereador, menos o Ver. Comassetto, que está
em representação fora da Casa, vai ter de ir à Secretaria de Habitação para
tratar de um assunto da comunidade. Então, nós vamos nos retirar neste momento
em função desse trabalho em prol da própria comunidade.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Verª Fernanda Melchionna está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, primeiro eu gostaria de
parabenizar os Vereadores da CUTHAB, que conseguiram a permanência de 46
famílias, Ver. Elias Vidal, lá na Casa de Passagem da Frederico Mentz. Esse é
um problema para aquelas famílias, é uma crise séria, e que bom ver a CUTHAB
atuando rapidamente, sob sua direção, em rumo à defesa do direito dos
trabalhadores da comunidade. E eu contribuí, evidentemente, com toda a
modéstia, porque é um tema de fato relevante para a Cidade e para os moradores
da comunidade.
Infelizmente,
afora essa boa notícia que os Vereadores nos trouxeram dessa Resolução, eu
venho tratar de dois assuntos que não são nada bons para a cidade de Porto
Alegre. Na verdade, sobre a Gestão Fogaça, Ver. Todeschini, nós deveríamos
dizer que as Parcerias Público-Privadas viraram “Parcerias Privada-Privadas”,
que não têm nenhum tipo de controle social e que estão jogando os trabalhadores
e a comunidade ao bel-prazer das empresas que foram objetos da parceria. A
primeira delas é a Empresa Verdicon, no Camelódromo da cidade de Porto Alegre.
Há um ano, esses trabalhadores vinham se mobilizando e pedindo o apoio e a
mediação da Câmara de Vereadores no sentido de buscar uma resolução para o seu
problema. Todos sabem que os trabalhadores que trabalhavam perto do Mercado
Público, e outros tantos na Rua da Praia, na Voluntários, foram retirados e
colocados naquele elefante branco, onde não circula gente para comprar o
produto daqueles que trabalharam, Ver. Tarciso, 25 anos na rua, vendendo, e
sempre se sustentaram. As pessoas ficam 20 dias, Vereadores, sem vender um
real; ficam sem dinheiro para botar o pão em casa e, ao mesmo tempo, têm que
pagar um aluguel mensal de R$ 500,00.
Quando,
em 2008, o Prefeito Fogaça concorreu à eleição, Ver. Oliboni, a menina dos
olhos do Prefeito era o Camelódromo de Porto Alegre. Ele dizia, na época: “Olha
que beleza de solução, vejam que modelo de gestão que nós temos em Porto
Alegre!” Deve ser um modelo mesmo para empresa que está notificando e
despejando os trabalhadores que não conseguem o recurso para pagar esses R$
500,00; melhor modelo para a CDL, que aumentou as suas vendas; melhor modelo
para exploração da EPTC, porque, onde ficavam os trabalhadores, agora se
estacionam carros. O discurso era para limpar o Centro, mas agora há carros no
lugar dos trabalhadores, e os trabalhadores estão morrendo de fome. Nós
queremos saber do Prefeito Fogaça que obra social é esta para dar dignidade
para os trabalhadores, que coloca os trabalhadores devendo 2 mil, 3 mil, 4 mil
reais ao banco, para poderem pagar um aluguel abusivo para o empreendedor, todo
dia sendo humilhados pelas notificações, todo dia morrendo de calor em um lugar
que não tem ventilação. Que obra social é esta que tira o pão da mesa do
trabalhador, dizendo que ele vai ficar sem emprego com as notificações? Que
obra social é esta?
Venho
a esta tribuna, revoltada, porque ontem estive lá, eu, o Ver. Carlos
Todeschini, a Verª Sofia Cavedon - quero fazer justiça ao Ver. Toni Proença,
que sempre esteve presente também nesta questão do Camelódromo e que, ontem,
infelizmente, não pode ir -, para falar da tristeza de ver os trabalhadores que
trabalharam mais de 25 anos na rua, com garrote no pescoço, sem saberem o que
fazer da vida, devendo vários mil reais para a empresa que ganhou - Ver. João
Antonio Dib - um edital de 14 milhões, e, ao fim e ao cabo, gastou 25 milhões!
Uma empresa que não tinha, no projeto original, um estacionamento, e que agora
quer usufruir o estacionamento; uma obra que era para abrigar os camelôs, e que
agora está abrigando grandes lojas que não têm nada de camelô, dentro do
Camelódromo da Cidade para beneficiar aqueles que já são lojistas. Com todo o
respeito aos lojistas, mas aquele era um espaço para os camelôs da cidade de
Porto Alegre, e está sendo desvirtuado o projeto do original, o projeto
inicial.
Quero
reiterar que esta Parceria Público-Privada, na verdade, é um absurdo, é uma
relação absolutamente privada, porque a Prefeitura tem “lavado as mãos” sem pedir
aquilo que é sua obrigação: a Receita da empresa, a Receita! A Prefeitura não
sabe quanto a empresa ganha, porque há restaurante, há vários outros tipos de
comércio que pagam aluguéis de 12 mil, 8 mil, 10 mil, 4 mil reais, e a
Prefeitura não tem nenhum controle do que está sendo pago e ainda quer repassar
a conta para os trabalhadores. Isso é um absurdo, e o Prefeito Fogaça tem que
se pronunciar sobre o tema, parar de “lavar as mãos” e de dizer que a mediação
é entre a empresa e os trabalhadores.
A
segunda questão seria sobre o Araújo Vianna, que também passa por um processo
de privatização no Governo Fogaça. Deixarei para trazer o relato do que tivemos
- para concluir, Sr. Presidente - no Conselho Municipal de Cultura, na semana
passada, para discutir a questão do Araújo Vianna. Estivemos no Ministério
Público, pois, infelizmente, aquele é um espaço do Centro, do Centro Cultural
da cidade de Porto Alegre, que abrigou shows
como do Djavan a 10 reais, que construiu grandes bandas de Porto Alegre, e
agora está sendo cedido para um grande grupo comercial, está fechado há cinco
anos, tolhendo os porto-alegrenses de um grande espaço cultural que cobrava
preços acessíveis. É lamentável, é mais uma façanha do Governo Fogaça!
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Mario Manfro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MARIO MANFRO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, como representante da Odontologia
nesta Casa, venho, mais uma vez, a esta tribuna defender a necessidade de mais
políticas de assistência bucal e mais dentistas para atender à rede pública de
saúde. Como integrante da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, solicitei,
juntamente com outras colegas, que fosse incluída na pauta uma reunião para
tratar especificamente deste tema. Para
ela serão convidados o CRO, outras
entidades de classe e a Secretaria Municipal de Saúde. Eu aproveito a
oportunidade para convocar os colegas para que se juntem a nós nesta discussão.
Vai ocorrer no dia 13 de abril. Em Porto Alegre, existem 4.368 dentistas
cadastrados no CRO para atender a uma população de 1 milhão, 428 mil, 696
pessoas. Isso significaria um montante de 327 pessoas para cada profissional.
Neste montante, já estão todos os profissionais públicos e privados. A relação
cirurgião dentista/habitantes é uma relação inclusive melhor do que a
Organização Mundial de Saúde propõe. Só que a grande maioria das pessoas não
tem acesso ao dentista particular.
Como
grande parte da população não tem acesso ao serviço privado e depende do
serviço público, a situação de atendimento se torna muito precária. Em pesquisa
recente, na Secretaria de Administração, constatei que apenas 92 profissionais
atendem pela rede municipal de Saúde, os outros 19 profissionais aguardam
chamado para trabalhar. Para ter uma relação com os médicos, para ter uma
ideia, são contratados pela Secretaria Municipal de Saúde 942 médicos contra 92
profissionais cirurgiões-dentistas. Nessa medida, já podemos ter noção do
problema histórico que temos com relação à saúde bucal em nosso Município. E,
aqui, eu quero frisar, de uma forma bastante tranquila, que a gente cita que
isso não é um problema de uma gestão; é um problema histórico.
“Saúde
começa pela boca” é uma frase bonita, mas que não vem sendo seguida. Doenças
periodontais e cáries são portas de entrada de bactérias na corrente sanguínea.
Quando isso acontece, o paciente fica vulnerável a doenças pulmonares e
cardíacas, complicação dos quadros de diabetes e aumento da incidência de nascimento
de bebês prematuros. Eu trago esse dado, porque a maioria das pessoas não pode
e não entende como é que a relação cárie/doença periodontal pode incidir no
nascimento de bebês prematuros. Infelizmente, para muitos, os cuidados com a
saúde bucal ainda remetem a uma questão estritamente estética. É competência
desta Casa contribuir para que esta ideia deixe de fazer parte da sociedade. É
esse tipo de pensamento que nos faz deparar com uma triste realidade. Hoje
temos a previsão de que cerca de 7% da população mundial seja cometida pelo
câncer de boca. O Brasil ocupa o 4º lugar em incidência de câncer no mundo, e
cerca de 10% dos tumores malignos do corpo humano, em brasileiros, estão
localizados na boca. Entre as estimativas, infelizmente o Rio Grande do Sul
ocupa lugar no ranking brasileiro
entre os quatro Estados de maior incidência desse tipo de mal, situação que
poderia ser evitada com uma simples avaliação precoce, um simples atendimento
do cirurgião-dentista.
Então,
eu venho sendo repetitivo neste tema, um tema que julgo de extrema importância,
porque, como eu disse: historicamente a Odontologia vem sendo relegada ao plano
secundário. Nós precisamos de mais profissionais na área da saúde bucal, não só
de cirurgião-dentista, mas de atendente, higienista, do próprio protético,
porque também Porto Alegre se orgulha de ser chamada Cidade Sorriso. E aí há um
contrassenso, porque, nas populações mais carentes, existem tantas pessoas
desdentadas, que, além do mal sistêmico de não poderem fazer uma mastigação
correta, ainda têm o problema da autoestima. E como buscar um emprego, como
buscar um lugar no mercado sem os dentes? Então eu insisto nesse tema e convido
os Vereadores a me ajudarem nesta campanha. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoamos a Licença para Tratamento de Saúde no dia 17 de fevereiro de 2010,
conforme atestado anexo.
(O
Ver. Mario Manfro assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra
em Comunicações.
O SR. MAURO PINHEIRO: Ver. Mario Manfro, que preside esta
Sessão; demais Vereadores, Vereadoras, acredito que, hoje, nesta semana, o
nosso Vereador e Secretário do Meio Ambiente, Professor Garcia, deve estar
feliz com o retorno dos trabalhos das equipes de funcionários terceirizados
para a limpeza das praças, pois a situação estava ficando difícil, Ver.
Tarciso, e o senhor, que tanto apregoa o esporte, a educação, que tem essa
preocupação, sabe do abandono que estavam as praças de Porto Alegre.
Tenho
certeza de que o Ver. Garcia também estava preocupado, assim como todos nós,
Vereadores, e o que nos preocupa, além dessas sujeiras das praças, é o que a
Prefeitura tem feito ultimamente, que é a terceirização dos serviços, e, com
isso, nem sempre temos o funcionário à disposição quando precisamos. E esse é
um exemplo clássico de como estavam as praças da cidade de Porto Alegre, e,
nós, que andamos pelos bairros, estávamos vendo e escutando a população,
recebendo vários e-mails, e o
Professor Garcia deve estar feliz, hoje, porque voltam os serviços a serem
realizados.
Eu
estive, ainda, semana retrasada, na Praça México, tomando o meu chimarrão com a
minha família, e o mato estava tomando conta, assim como em diversas praças.
Professor
Garcia, eu tenho certeza de que o senhor tem feito um bom trabalho nas praças,
mas essa terceirização não só no Meio Ambiente, mas em toda a Prefeitura de
Porto Alegre, nos preocupa. Hoje esteve aqui o Secretário da Fazenda, e os
números crescem, cada vez mais, na terceirização na Prefeitura de Porto Alegre.
Preocupa-nos
muito, Ver. Pedro Ruas, quando começam a terceirizar, terceirizar e não
contratam, através de concurso público, os funcionários, até mesmo porque nós
sabemos o que aconteceu no Governo do Estado - que é um bom exemplo -, que foi
a terceirização do Detran, com a terceirização do serviço público, onde houve o
desvio de 44 milhões, assim como o problema da Sollus, na Saúde, dos nove
milhões que estão indiciados. E a própria Polícia Federal e o Ministério
Público estão investigando. Então por isso a terceirização nos preocupa.
Mas
nem tudo está perdido, nem tudo está ruim, Ver. Beto Moesch. Eu não estava aqui
na Legislatura passada, mas acredito que o Termo de Compensação Vegetal - TCV-
, que foi implantado quando o senhor era Secretário do Meio Ambiente, se não me
falha a memória, é uma boa coisa que aconteceu nesta Prefeitura. Pena que,
muitas vezes, o dinheiro acaba não indo para o local devido e acaba sendo
desviado.
Mas,
lá na Zona Norte - este Vereador e a COSMAM estão atentos - nós conseguimos, a
COSMAM e a comunidade, Ver. Tarciso, que uma verba, que era da Zona Norte,
fosse empregada na própria comunidade. A comunidade da Zona Norte, que carece
muito de equipamentos, com muita luta, com o apoio deste Vereador e com o apoio
da COSMAM, no ano passado, conseguiu uma verba em torno de 200 mil reais para
uma praça, a Praça Ervori Rodrigues, lá na Vila Safira; já está praticamente
terminada a obra. Foi construída uma quadra poliesportiva, local para caminhadas;
está ficando bonita a praça. E tudo isso foi graças ao TCV, que é o Termo de
Compensação Vegetal, isto é, quando o empreendimento é construído, esse
empreendedor tem que destinar uma verba, e, através dessa verba, a comunidade
está sendo brindada com essa praça, que vai ser muito bem utilizada por essa
comunidade tão carente lá da Zona Norte.
Nós
também estivemos juntos com a liga de futebol lá da Vila Safira. A liga tem 22
clubes, que estiveram lá com o Secretário do Meio Ambiente. Nós também intermediamos
junto ao Secretário Professor Garcia. E tem uma verba também de um TCV que será
destinada à Praça Chico Mendes; é em torno de 700 mil reais o valor, para serem
construídas quadras poliesportivas; vai ser fechado um campo de futebol, e
serão construídos vestiários, cancha de bocha, chuveiro.
Então
aquela comunidade tão carente, através desse TCV, acaba tendo uma forma de
obter esses equipamentos esportivos; assim, a gurizada pode praticar esportes,
e o grupo de veteranos lá no Chico Mendes, comandado pelo Xiru, e outras
equipes de futebol, vão ter um local para praticar o seu esporte com mais
qualidade. E essa meninada vai sair das ruas através da prática do esporte.
Isso é importante, temos de salientar quando se consegue uma coisa boa.
Então
parabéns a todos nós quando conseguimos algo de bom. Ver. Tarciso, eu sei que
V. Exª é incentivador do esporte, que fica feliz também quando a gente consegue
algo importante para uma comunidade, como o Jardim Leopoldina e a Vila Safira,
que vão utilizar essa área do Chico Mendes.
Quero
agradecer ao nosso Vereador e Secretário Professor Garcia, que atendeu as
pessoas e colocou o dinheiro onde deveria ser colocado. E nós, Vereadores lá da
Zona Norte, como o Ver. Paulinho Ruben Berta e a Verª Maria Celeste, estamos
atentos ao fato de que todos esses recursos que são para a Zona Norte fiquem
lá, pois nós, infelizmente, já perdemos a Praça da Juventude - um milhão de
reais que poderiam ser utilizados lá e não foram - na Legislatura passada. Mas
agora estamos lá, estamos firmes, cobrando da Prefeitura que o dinheiro seja
utilizado na região de sua origem. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho que vir aqui para dizer que não são
coisas boas que nos levam à manifestação. Infelizmente, ontem, tivemos dois
atos. Nem terminou o carnaval, e, ao meio-dia, uma legião de taxistas fez um
protesto paralisando o trânsito em função de abusos da EPTC, que recolheu mais
de 50 carros, ilegalmente, porque a Prefeitura continua não respeitando a lei
que desvincula o prefixo do carteirão. Agora vai ter uma nova manifestação às
16h30min, porque o Prefeito não respeita a Lei. O Prefeito não obedece à Lei,
lamentavelmente. E aqui está o emissário do Prefeito, o Sr. Valdir Fraga, que
já recebeu reiterados pedidos. Agora o Prefeito decidiu encaminhar à
Procuradoria a Lei que foi aprovada por unanimidade por esta Casa em 15 de
outubro de 2008, Ver. Pedro Ruas. Fatos lamentáveis!
Além disso, tenho que dizer que a indústria da multa de
trânsito está solta em Porto Alegre, porque, às vezes, andam oito, dez
“azuizinhos” multando indiscriminadamente. E a não aplicação da Lei do
Carteirão faz com que mais multam sejam aplicadas. Está provado que existe uma
indústria de produção de multas contra a sociedade de Porto Alegre. Por isso
estou preparando uma ação para pedir a ilegalidade e fazer com que o Executivo
devolva todo esse dinheiro para o bolso do cidadão porto-alegrense, porque
tenho convicção de que essas multas, na sua grande maioria, são ilegais, são
aplicadas arbitrariamente pela EPTC, que não tem esse direito e nem legalidade
para tanto.
Em segundo lugar, como Liderança do Partido, eu não posso
deixar de fazer aqui uma manifestação referente à Saúde, porque estão
noticiados, na página 19 do Jornal do Comércio de quarta-feira, fatos que são
muito graves, com o título “MP investiga responsabilidade em irregularidades no
PSF”. Vejam só (Lê.): “O Ministério Público Estadual deve apresentar até o
final do mês o resultado da investigação sobre a responsabilidade da Prefeitura
de Porto Alegre nas irregularidades do Programa de Saúde da Família. Segundo a
Polícia Federal, a empresa teria desviado 9,6 milhões de reais de recursos
destinados ao Programa.” Sabemos que pode ser muito mais, que pode chegar a 11
milhões ou 12 milhões de reais, porque outras contas foram pagas após isso,
como as indenizações trabalhistas. “O Instituto Sollus diz que prestou
serviços, mas nega o desvio de dinheiro público. O Promotor André Felipe de
Camargo Alves conduz o Inquérito Civil no Ministério Público Estadual e deve
produzir um parecer sobre o tema. Ele irá apontar se houve responsabilidade do
Prefeito da Capital, José Fogaça (PMDB) e do Secretário Municipal da Saúde,
Eliseu Santos (PTB), no caso.
“O Inquérito Civil foi encaminhado à Procuradoria de
Prefeitos pelo Promotor Luiz Eduardo Ribeiro de Menezes, que participou, na
primeira semana de fevereiro, de reunião na Comissão de Saúde e Meio Ambiente
da Câmara de Porto Alegre. ‘Todas as representações apresentadas pelo Conselho
Municipal de Saúde (que também participou do encontro da Câmara) foram
encaminhadas à Procuradoria de Prefeitos, e o Promotor irá analisá-las sob a
ótica da improbidade administrativa’, informa o Promotor.
“Na ocasião, o representante do Ministério Público Estadual
comprovou que o corpo técnico do órgão já havia notificado a Prefeitura de que
o convênio com o Instituto Sollus era ‘temerário’. Como a recomendação não foi
cumprida, o Ministério Público Estadual encaminhou uma ação de improbidade
administrativa ao Executivo.”
Vejam
só, não estamos falando de qualquer coisa, estamos falando de um fato
gravíssimo, porque agora o Prefeito, que quer sair, que quer fugir para ser
candidato a Governador, diz que não sabia, se diz logrado, se diz vítima de uma
situação. E não é, porque ele era plenamente consciente porque foi notificado,
através da Notificação nº 10, de 2007, por dois Promotores do Ministério
Público do patrimônio público. Portanto, o Sr. Prefeito tinha conhecimento e
deveria ter tomado as atitudes para as quais tem o poder e a obrigação de tomar
como chefe do Poder Executivo. Não fez nada, e agora está provado que o desvio
é de mais de 9,5 milhões de reais, segundo Inquérito da Polícia Federal e da
Auditoria, mas tem mais: eu quero ver como ele vai sair dessa, porque este caso
de improbidade administrativa pode, inclusive, levar o Prefeito à prisão.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos o Requerimento de autoria do
Ver. Mauro Zacher, solicitando autorização para representar esta Câmara de
Vereadores em uma palestra sobre bullying,
no Colégio Concórdia de Porto Alegre, no dia de hoje, das 14 horas às 18 horas.
Apregoamos
o Requerimento de autoria do Ver. Mauro Zacher, solicitando autorização para
representar esta Câmara de Vereadores em uma palestra sobre bullying, na Escola Estadual Ivo Bühler,
em Montenegro, no dia 25/02/2010.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, evidentemente, nesta quinta-feira, o próprio
Regimento está a induzir que seja uma tarde de debates políticos na Casa. A
ideia que se tinha inicialmente, Ver. Tarciso, era de que aqui teríamos, às
quintas-feiras, figuras da sociedade civil, da própria nomenclatura oficial,
abordando temas que seriam objetos de discussão com o sodalício do Município.
De qualquer sorte, Sr. Presidente, no mês de fevereiro, entre as cinzas e o
enterro de ossos, essa possibilidade fica muito reduzida, porque a maioria das
autoridades está aproveitando esta semana para fazer seu descanso, seu veraneio,
e nós, evidentemente, porque assim determinou o Regimento - e nós somos
cumpridores do Regimento -, estamos aqui, Ver. Oliboni. Viemos especialmente
para isto, para mostrar a nossa presença num dia em que, sabidamente, não
existe Ordem do Dia e em que, evidentemente, a pontualidade só se exigiria para
a abertura dos trabalhos, e fomos informados, no início da tarde, que a Casa
havia se reunido com normalidade. Chegamos aqui a tempo de ouvir o Ver.
Todeschini, que apresenta um estilo diferente daquele que ontem vimos aqui da
tribuna, Vereador, pois ontem tínhamos um discurso que dizia: “Não li, não vi,
não me interessa, mas sou contra”, e hoje, aqui, o Vereador lia várias
situações e inclusive hipóteses que podem gerar situações constrangedoras -
como ele mesmo adiantou, hipóteses.
Ver.
Pedro Ruas, fico absolutamente feliz ao saber que V. Exª é o Líder da Oposição,
porque V. Exª maneja bem essa terminologia jurídica que, às vezes, é meio
complicada. V. Exª sabe que notificação é uma medida preliminar cujos efeitos
poderão levar a uma representação que gere uma citação, e isso seria
preocupante. A notificação é a preliminar da preliminar. Eu, que não sou tão
brilhante quanto V. Exª no manejo das coisas jurídicas, aprendi isso há algum
tempo, e os tempos não mudaram, Ver. Beto Moesch, continuam: notificação é
notificação. Criou-se, inclusive, no País a figura da “notificação
extrajudicial”, na pretensão de dar celeridade a alguns atos, especialmente na
área contratual, na tentativa de estabelecer uma preliminar da mediação. E
quando a gente ouve o Partido dos Trabalhadores, com vigor, da tribuna, cobrar
posições do Prefeito Municipal diante de determinados fatos geradores de
eventuais transtornos, nós ficamos imaginando que esse Partido não é governo em
lugar nenhum, não foi governo em lugar nenhum e não responde processo em lugar
nenhum! No entanto, não é bem assim! O que existe de correligionários do Ver.
Todeschini respondendo a processo não são poucos, são vários. Ainda há pouco,
teve de se estabelecer um processo - esse, sim, processo - envolvendo uma
figura de destaque dentro de sua agremiação política, que concorreu à
Presidência do Partido, que é o do Prefeito de São Leopoldo, que está sendo
processado pela Justiça comum. Agora, é difícil, mas vamos ter que entender o
seguinte: a notificação, a citação no processo, dentro de uma sociedade civil e
dentro de uma sociedade democrática, são meios pelos quais são dirimidas as
dúvidas. Não é na “mão grande”. Disse bem o Ver. Todeschini que essa situação
do Prefeito Fogaça, no seu juízo, poderia inclusive gerar prisão. A calúnia
também pode gerar prisão; não é comum no Brasil, mas, no Brasil, ninguém era
preso por fato político, e essa tradição foi quebrada agora: o meu
ex-correligionário Arruda está preso em Brasília, Governador do Distrito
Federal. A grande acusação não é nenhuma das tantas que é noticiada pela
imprensa; a maior acusação geradora da ação do Ministério Público Federal, da
Procuradoria-Geral da União foi exatamente a de que ele estaria cooptando pessoas
para testemunharem a seu favor, dificultando o andamento do processo. Para quem
maneja a Justiça, é sabido que isso é um crime pesado, é um crime forte. É
muito tênue a imprecaução criminosa com o exercício do mandato parlamentar,
porque, se vocês notarem, hoje a imprensa, quando noticia fatos escabrosos por
este País, tem o cuidado de colocar a expressão “suposta” antes da afirmação,
para fugir de inúmeras condenações que, ao longo do tempo, a imprensa gaúcha e
brasileira foram assumindo por terem feito afirmações que depois não vieram a
se confirmar. E o maior exemplo que eu tenho nesse particular, Ver. Tarciso,
não é de nenhum correligionário meu de ontem, de hoje ou do futuro, é de uma
pessoa que eu não tenho no rol dos meus aliados políticos, que é José Paulo
Bisol, que, acusado de fatos delituosos e criminosos que não havia praticado,
teve a competência e, sobretudo, a tranquilidade de aguardar longos anos para
que tramitasse na Justiça. Ele acabou sendo absolvido, e os seus detratores
condenados a lhe pagarem uma indenização muito pesada.
Então
eu quero dizer o seguinte: o nosso discurso político aqui na Casa vai ter um
empate técnico. Eu sei que há uma corrente muito forte da oposição - e não vai
nenhum demérito nisso -, que está escalada para fazer uma guerrilha permanente
contra o Prefeito Fogaça, e essa guerrilha recrudesceu com a confirmação da sua
candidatura ao Governo do Estado e aumenta a cada dia, a todo o momento em que
sai uma pesquisa e que o Prefeito Fogaça é confirmado como favorito. Faz parte
da grande disputa política.
Então,
fique claro que cada ataque vai ter uma defesa; e ela não será apenas
emocional. O Líder da nossa Bancada, no âmbito geral, dentro do Governo, o Ver.
Valter Nagelstein, com certeza, desfará, como vem desfazendo ao longo do tempo,
uma a uma, essas acusações infundadas - agora, assessorado por dois grandes
Vice-Líderes, o que lhe dá maior possibilidade no desenvolvimento das suas
atividades.
V.
Exª não perde por esperar, Ver. Todeschini! Assim como V. Exª está sendo
escalado para incomodar a vida do Prefeito Fogaça, eu me escalei para incomodar
a vida do PT, para incomodar a D. Dilma, para denunciar que, enquanto andam
fazendo viagens e discursos de campanha para todo lado, pela primeira vez, em
30 anos, o Brasil está importado gasolina! Gasolina pela qual nós já pagamos o
maior preço do mundo, nós pagamos mais caro do que os Estados Unidos da
América! O gás utilizado na produção sobe também. Pouco a pouco, está caindo
essa máscara da grande magia do Lula, que não fez magia coisa alguma! Até
outubro, nós vamos conversar muito, dialogar bastante e colocar todos os pontos
nos is, porque eu sou absolutamente favorável a essa tal Comissão da Verdade,
mas tem que ser a verdade absoluta, e não a verdade de um lado só. Era isso,
Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos ao
O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Grande Expediente por transposição
de tempo com o Ver. Dr. Raul.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente Nelcir Tessaro;
ilustres colegas Vereadores, venho hoje a esta tribuna fazer uma ampla
reflexão. Já a tenho feito há algum tempo, há alguns meses, baseado
principalmente nas situações fáticas que tenho observado tanto na mídia quanto
na minha atividade profissional: as relações humanas se deteriorando, as
relações com o meio ambiente, Ver. Beto Moesch, se deteriorando, e temos
inúmeros exemplos disso. Está aí o que aconteceu no litoral carioca, está aí o
que tem acontecido em função da drogadição, está aí o que tem acontecido e o
que aconteceu no final de semana que passou, em que, infelizmente, atuamos, que
foi o caso daquela moça de Canoas que foi mantida refém em cárcere privado por
mais de 48 horas. Isso revela que, sem dúvida nenhuma, o ser humano passa por
muitas dificuldades. O ser humano tem passado, a cada dia, por mais provações,
e isso tem uma influência direta na questão da saúde, tanto na saúde da
população quanto na saúde dos trabalhadores, dos cuidadores. Portanto, uma primeira
atenção que se deve ter é, sem dúvida nenhuma - e sempre que a gente se
manifesta aqui, procura-se falar nisso -, ter esse cuidado, que é o cuidado de
quem deve cuidar do cuidador.
Eu
observava Dom Dadeus Grings, ontem, e pensava algumas coisas em função daquilo
a que ele tinha se referido aqui: é importante que o ser humano seja o foco das
atenções do ser humano. E, na nossa atividade parlamentar, temos tentado nos
pautar em cima disso, começando lá no planejamento familiar, que é fundamental,
que faz com que as pessoas não habitem locais que não devam habitar, como
encosta de morros, leito de rios e ao lado desses leitos; que faz com que as
pessoas possam programar sua prole, possam ter independência nesse sentido - e
isso passa, sem dúvida nenhuma, por uma atenção e por um cuidado à saúde, e
também pela educação.
Nesse
sentido, nos últimos meses, uma das coisas que mais nos chamou a atenção foi a
situação do serviço de Porto Alegre que atua nas urgências e nas emergências. A
realidade dos postos, a gente já conhece; há dez anos labutando nas unidades de
Saúde, temos uma relação epidérmica com esse serviço. A realidade do Hospital
Materno-Infantil Presidente Vargas, que leva o nome do nosso ilustre Presidente
Vargas, a gente conhece: foram três anos de residência, agora mais um ano de
atividade lá. Mas a realidade do SAMU, confesso que eu não conhecia por
inteiro. É muito frequente a questão do uso indevido do telefone na emergência
do SAMU. A prática do uso do telefone na emergência médica por cidadãos que não
têm educação para utilizar esse serviço é extremamente comum. Diuturnamente,
são recebidas diversas chamadas na Central de Emergências do SAMU sobre fatos
que não condizem com a realidade - trotes -, prejudicando muito e muito o seu
atendimento.
O
SAMU iniciou suas atividades em Porto Alegre no ano de 1995, tendo como
atribuição o atendimento de urgência e o atendimento pré-hospitalar nas
situações em que se configura o risco iminente de vida, de importância vital
nos atendimentos de situações extremas, como a gente sabe, crises
respiratórias, cardiopatias, situações agudas, situações traumáticas, acidentes
de trânsito, atropelamentos, afogamentos, agressões com arma de fogo, choque
elétrico, arma branca; enfim, todo atendimento de suporte à vida que se baseia
no ATLS - Advanced Trauma Life Support -, suporte avançado ao atendimento do
politraumatizado, é iniciado pelo SAMU. Então, não é só a questão do trote em
si, o pior é que ele acaba mobilizando uma viatura do SAMU que fatalmente deixa
de atender outras pessoas.
O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre colega, Ver. Dr. Thiago Duarte, eu queria colaborar com o seu
pronunciamento, que acho de extrema importância. Eu o estava ouvindo
atentamente e, da mesma forma que V. Exª traz a questão do trote, das ligações
que não procedem à emergência no SAMU, eu estava lembrando aqui do absenteísmo
na questão das consultas. Muitas vezes, o cidadão, ao se dirigir a uma unidade
de saúde, conseguindo a consulta com um especialista depois de muito tempo, ao
demorar a marcação e o atendimento a essa consulta, acaba acontecendo, nesse
meio tempo, a desistência ou a ida a uma emergência, porque o assunto se tornou
grave, a doença se tornou, vamos dizer assim, mais grave. Então, esse
absenteísmo talvez seja um grande debate para nós, na Câmara; penso que devemos
tentar trazer o assunto para que o Governo possa perceber isso, porque, quanto
mais demoramos a atender o cidadão ou a propiciar a consulta no caso da especialidade,
logo ali pode ser gerada uma internação ou a perda de uma vida. Então esse
absenteísmo se dá em função da urgência do caso. E eu creio que, em todo o
sistema, como tem no SAMU, como tem no ambulatório, como tem nas emergências
dos hospitais, há superlotação.
Existe
um grande debate e quero lhe parabenizar por esse pronunciamento, porque,
quanto mais nós falamos em saúde, mais descobrimos que, lá na peça
orçamentária, os 15% são insuficientes ainda. Se os governos anteriores ou
atuais chegam a investir 18% e, assim mesmo, não é suficiente, quem sabe lá se
aumentem os recursos da peça orçamentária para investir em Saúde? Porque,
senão, estaremos repetindo a cada dia, a cada mês, o mesmo discurso. Nós, que
estamos lá na base, na realidade, percebemos essas grandes distorções, e
continua a população a não ter um atendimento ideal na Saúde.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Obrigado, Ver. Aldacir José Oliboni. O
que o Ver. Aldacir José Oliboni coloca com muita propriedade é uma situação
muito importante, que é a questão das consultas especializadas. Na verdade, a
gente, observando a sistemática do atendimento da unidade básica de saúde,
constata duas situações em relação às consultas especializadas, que são
fundamentais e, muitas vezes, nós temos visto que as gestões não têm tido
cuidado com essas duas situações. Quais são elas? Primeiro é o que V. Exª
colocou, que é, muitas vezes, a necessidade de um atendimento mais breve e
realizado de forma mais justa ou por quem tem a patologia mais grave, ou por
quem necessitou e pediu o serviço antes. E isso só pode ser feito de forma
igualitária na Cidade a partir da informatização do sistema. Sem a
informatização do sistema, nós vamos continuar nessa lógica que não é de agora,
é de muitos anos, que precisa ser melhorada, que é a questão de 13 unidades de
saúde ligarem para uma Central de Marcação de Consultas, onde há dez telefones
- três vão ficar sempre fora.
A
segunda questão com relação às consultas especializadas e à necessidade de
diminuição de absenteísmo é a necessidade de termos Centros Regionais de
Atendimento Especializado. A gente não quer aqui que existam todas as
especialidades em centros regionais, mas é importante que se possa organizar
isso - e há especialistas no Quadro do Município, muitas vezes cadastrados como
Clínicos Gerais, mas eles têm a sua especialidade. É importante que possamos
ter essas especialidades em pelo menos quatro ou oito regiões da Cidade; já
temos em algumas: Santa Marta; temos um embrião de um Centro de Especialidades
na US Camaquã; na Bom Jesus; na Lomba do Pinheiro; é importante que tenhamos
pelo menos as principais especialidades, aquelas que têm a maior demanda, as
cinco especialidades de maior demanda - ginecologia, obstetrícia, pediatria,
cardiologia e ortopedia - em centros regionais, para que a pessoa possa
consultar em um local próximo à sua residência.
Eu
costumo escutar muito o pessoal lá na Restinga, Ver. Aldacir José Oliboni, e as
pessoas dizem assim: “Doutor, o senhor vai me mandar fazer esse exame aqui ou
em Porto Alegre?” Ao que respondo: “O senhor tem que ir a Porto Alegre.” Daí,
escuto: “Pois é, doutor, só vou lhe dizer uma coisa: o que não existe na
Restinga, muitas vezes, para mim não existe no mundo, porque eu não tenho como
sair da Restinga. Eu, às vezes, não tenho como deixar os meus três filhos.”
E,
a reboque de tudo isso, e foi uma situação muito bem sucedida, é que entrou a
Telemedicina. A Telemedicina propiciou que se levasse a ecografia obstétrica
para a periferia da Cidade. É importante que essa experiência que nós fizemos
com muito êxito com a Telemedicina impulsione para que tenhamos a coragem de
fazer o mesmo com as outras especialidades.
Muito
obrigado pelo seu pronunciamento, Ver. Aldacir José Oliboni, mas volto à
questão que me chamou muito a atenção: a questão dos trotes. Porto Alegre é a
capital brasileira do trote ao SAMU. Em Porto Alegre, 45% das ligações para o
SAMU são trotes! Isso debilita o sistema, faz com que se gaste dinheiro público
ao enviar uma ambulância numa situação para a qual não se precisa da ambulância
e também faz com que aquela ambulância que foi direcionada àquela situação não
necessária deixe de atender outras pessoas.
O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado pelo aparte, Ver. Dr. Thiago Duarte. Só para corroborar:
em 2007, quando eu presidi a COSMAM, nós trouxemos aqui as pessoas responsáveis
pelo SAMU, e a questão do trote foi quantificada: 300 mil trotes anuais no
SAMU, só para termos uma ideia de números. Eu, durante muito tempo, fiquei
pensando se aquele número era real; mas, cada vez mais, eu me convenço de que
sim.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Dr. Raul, subsidiamo-nos da sua reunião
e das suas palavras, lá no ano de 2007, para propor esta situação que vou
propor aqui. Então, torna-se inadmissível, nos dias de hoje, que o cidadão
utilize o 192 de forma irresponsável, nociva, prejudicando sobremaneira o
atendimento de urgência e a coletividade. Para vocês terem uma ideia, a grande
maioria dos trotes para o SAMU não é originada de telefones públicos; é de
telefones de pessoas físicas. Os prejuízos causados por essa prática são
incalculáveis tanto para o Poder Público quanto para a população em geral. Os
jornais noticiam que mais de 40% de todas as ligações do 192, no Brasil, não
correspondem a chamadas urgentes. Muitas vezes as pessoas buscam, no SAMU, uma
orientação. Não é a isso que nós nos referimos, nós não nos referimos a este
tipo de orientação, de saber onde fica o hospital X, Y, Z; nós nos referimos a
chamadas inconsistentes, objetivamente. Em função disso, nós tomamos a
liberdade de propor aqui - e já início, agora, propondo aos colegas um Projeto
de Lei para estabelecer sanções para as linhas telefônicas que originarem
chamadas fraudulentas, trotes para o SAMU: o assinante da linha telefônica que
originar ligações fraudulentas para o órgão de Emergência à Saúde estará
sujeito a uma multa. A multa será aplicada pelo órgão competente a cada
ocorrência fraudulenta, logo após a apuração da irregularidade e a
identificação do número.
Essa
é a singela proposta que nós fazemos aqui. Deixamos para o conjunto dos
colegas, claro, aperfeiçoarem com suas emendas essa proposta. Acreditamos
piamente que, a partir daí, possamos discutir, de forma mais altiva, a questão
da Saúde, principalmente no que se refere à Emergência, ressaltando a
necessidade de que todos os munícipes, efetivamente, possam cuidar desse
serviço, que não é só de quem o usa momentaneamente, mas sim um serviço para
toda a Cidade, porque - tomara que não precisemos - muitas vezes vamos precisar
desse serviço até para a nossa sobrevivência. Um abraço a todos os colegas do
SAMU! Ficamos abertos a essa discussão com todos os nobres Edis. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Valter Nagelstein está com a
palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs.
Vereadores, a fala do Dr. Thiago é instigante e me provoca, Ver. DJ Cassiá, uma
pergunta de imediato: que sociedade é essa em que nós vivemos no nosso País?
Que Brasil é esse que o nosso povo constrói? Nós temos uma facilidade em
maldizer os políticos, e com grande parcela de razão, por tudo o que se vê, mas
é muito fácil jogar a culpa no próximo sem que nós, por um defeito humano talvez
da nossa alma, tenhamos a capacidade de assumir os nossos próprios erros. Que
país é esse em que nós estamos vivendo, que nós construímos, em que nós criamos
nossos filhos, que nós queremos legar para as próximas gerações, onde 40% das
chamadas do Serviço Médico de Urgência são trotes; onde o Laçador - está aqui
no jornal Correio do Povo -, estátua, monumento que expressa, que consubstancia
a essência e a alma do povo gaúcho, pela terceira vez foi pichado; onde as
nossas praças, infelizmente, no presente momento, malconservadas, mas, uma vez
conservadas, no dia seguinte são depredadas e são pichadas; onde o nosso
Viaduto, aqui na Av. Borges de Medeiros, foi restaurado e, no dia seguinte,
recebeu pichações que até hoje estão ali? “O capitalismo é um tigre de papel”,
e por aí vão outras palavras que não querem dizer absolutamente nada, mas que
legaram para a Cidade somente isto, a destruição do patrimônio público. Que
país é este, onde se faz um corredor de ônibus que as pessoas mais pobres e
mais necessitadas são as que frequentam, as que usam, e exatamente uma parcela
dessas pessoas é que bota fogo, quebra, destrói, arrebenta? Aonde nós vamos
chegar?
E
me parece, colegas Vereadores, que, infelizmente, Ver. Luiz Braz, nós estamos
numa espécie de pregação no deserto. Um dia, eu caminhava na Vila Areia - e o
Ver. Luciano Marcantônio bem conhece a Vila Areia, Mário Quintana, Tio Zeca,
ali na margem da Freeway -, e, por uma daquelas vielas, sai uma moça de dentro
de casa com uma sacola plástica cheia de lixo e atira no valão da frente. Eu
cheguei para ela e perguntei por que ela havia feito aquilo, pois, na primeira
chuva que viesse, iria entupir o valão e entrar água na casa. A reação dela foi
de absoluta revolta com relação à minha reprimenda. Ela disse: “Mas o que tu
estás pensando de estar dando lição de moral para a gente?” Não foram
exatamente essas as palavras, mas, em síntese, foi isso o que ela quis dizer.
Eu disse que não estava querendo ensinar nada, nem dar lição de moral, só
estava dizendo - ela estava com uma criança pequena no colo - que, na primeira
chuva que viesse, iria alagar, encher de rato, e aquilo retornaria para ela da
pior forma possível.
Nós
tentamos conscientizar as pessoas, mas parece que nós, políticos, hoje, estamos
com a marca de Caim, nós não podemos falar nada, Presidente Tessaro, porque
parece que nós não temos dignidade, honradez, hombridade, condições morais para
falar nada. E nós precisamos afirmar, alto e em bom som, que sim, que nós
estamos imbuídos dos melhores propósitos para construir uma sociedade melhor,
tentando economizar centavos, tentando melhorar a Saúde pública, mas também
falando o que devemos falar; não podemos silenciar, porque tem uma televisão
aqui, que é a TVCâmara, que, bem ou mal, entra na casa das pessoas, e que isso
sirva de alerta para os pais, para as mães, para que eduquem os seus filhos,
porque a educação começa em casa; que sirva de alerta aos professores, para que
falem nas salas de aula. Essa tarefa cabe a nós também, e nós precisamos nos
desarmar, desarmar os espíritos, desarmar os ouvidos, ter capacidade de
aprender, ter capacidade de ouvir, ter humildade para ouvir e para saber que a
sociedade brasileira, em que nós vivemos, não tem nenhum monumento em pé, basta
sair daqui da Câmara de Vereadores, pegar a Perimetral, passar em frente à
UFRGS, à direita, onde havia um monumento em homenagem à Imperatriz Dona
Leopoldina, e ver que ali não tem mais nada! Só resta a inscrição, porque foi
feita na pedra, pois, se tivesse sido feita na placa de bronze, não estaria
mais lá. Que país é este que não respeita a sua memória, a sua história?
Mas
bem, é mais fácil nós falarmos dos políticos. E é difícil cada um, como agente
da construção dessa sociedade melhor, assumir a sua responsabilidade. É essa a
reflexão, Sr. Presidente, um pouco indignada, que eu gostaria de fazer, porque,
quando eu ouço a fala do Dr. Thiago, vejo que parcela importante da culpa de
tudo o que acontece é nossa, nossa como um todo, e nós precisamos assumir.
A
Frente do Planejamento Familiar foi instituída aqui, porque Vereadores que
caminham por todos os bairros da Cidade sabem que aquilo que deveria ser uma
benção, que é paternidade e a maternidade, muitas vezes, é uma chaga social.
Nós precisamos ter um programa de planejamento, mas os jovens também precisam
usar camisinha, precisam ir aos centros de saúde buscar pílula; isso precisa
partir deles também, porque uma menina com 16 anos que tem um filho não
consegue mais estudar, não vai conseguir se aperfeiçoar, vai acabar sendo
ninguém ou muito pouco na vida e vai legar ao seu filho essa condição.
E
por aí eu poderia seguir, Sr. Presidente, em tantas outras reflexões que nos
acordam para esta constatação dura e terrível de que, muitas vezes, nós mesmos,
numa espécie de processo cármico, somos os artífices do nosso destino, das
nossas vicissitudes, do nosso sucesso ou do nosso fracasso. E, se a sociedade
brasileira está fracassando, e se a sociedade brasileira tem maus políticos, é
porque o povo os elege. Eu não vou dizer que a culpa é só do povo, mas todos
nós temos que parar para refletir a respeito disso e para pensar que tipo de
sociedade, daqui para frente, queremos construir.
Presidente,
eu me estendi além do tempo, mas só quero saudar a Secretaria Municipal do Meio
Ambiente, porque eu critiquei aqui - eu exerço a função de Líder de Governo,
mas não é somente para estar defendendo, já disse isso na semana passada - as
coisas do Governo. Às vezes, quando as áreas não estão bem, precisamos apontar
e dizer que esta ou aquela área não vai bem, porque essa é a tarefa que a
população espera de nós. Quando caminhamos pelas praças, pelos parques e vemos
que o mato está com um metro, um metro e meio, precisamos falar, aqui da
tribuna, que não está bem, porque esse é o nosso dever. E os Secretários,
qualquer um deles, de qualquer Secretaria, não podem tomar as críticas que os
Vereadores fazem como críticas pessoais; eles têm que aprender, eles têm que
compreender que o Vereador está no exercício das suas prerrogativas de Vereador
e está cumprindo aquilo a que se comprometeu com a sociedade, ou seja, cobrar
do serviço público aquilo que ele precisa alcançar ao cidadão.
Então,
espero que, nos próximos dias, tenhamos as praças de Porto Alegre recuperadas,
porque não podemos mais, nesta sociedade tão deturpada de valores, ter como
único espaço de convivência social os shopping
centers. As pessoas precisam ter condição de ir para os parques, de ir para
as praças com segurança, com iluminação e com equipamentos de lazer. Muito
obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, Srs. Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a
palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro;
colegas Vereadores e Vereadoras; público que acompanha neste momento, eu queria
seguir a mesma linha do nobre Líder do Governo, o Ver. Valter Nagelstein,
quando ele pergunta que país é este. Quando a CNBB escolhe um tema tão
importante e diz que devemos decidir se queremos “servir a Deus ou ao
dinheiro”, ela já está dizendo uma coisa muito importante e queria colocar duas
questões fundamentais. Que país é este que tem essa enorme desigualdade social?
São duas questões. Uma é que muitos preferem a riqueza; e outra é a ausência do
Poder Público nas comunidades. Quando observamos que, em algumas comunidades, a
evasão escolar é grande e ultrapassa os 30%, constatamos a ausência do Poder
Público para perceber que esses 30% de evasão escolar são, às vezes, falta de
condições de ter uma passagem escolar. Quando observamos, como falou o Ver. Dr.
Thiago anteriormente, o absenteísmo nas consultas, percebemos a ausência do
Poder Público, que, na gestão da Saúde do seu Município, não possibilita o
acesso à Saúde. Quando observamos a enorme desigualdade social de um cidadão
que quer ter uma casa, que quer ter onde morar, mas tem que construir um
barraco numa área de risco, percebemos a ausência do Poder Público em políticas
de inclusão ou de habitação para esses cidadãos e cidadãs.
Então,
por que este País de tamanha desigualdade? É exatamente porque muitos gestores
não correspondem ao cargo que têm, não vão às comunidades ou não promovem
projetos de inclusão social. Percebo claramente que todos nós aqui, por
melhores intenções que tenhamos, jamais conseguiríamos convencer o Poder
Executivo a implementar políticas de inclusão para erradicar, por exemplo, a
pobreza; é quase impossível dizer que isso vai acontecer a curto prazo. Por
mais que o Governo Federal tenha feito e está fazendo, existem enormes
desigualdades sociais, mas não teremos solução se não houver a parceria dos
Governos Municipais, Estaduais e Federal. É por isso que, muitas vezes, nós,
nas nossas intenções de luta para reduzir a desigualdade, temos que ficar acima
dos Partidos, porque o debate acaba se radicalizando de uma forma tão veemente,
que se torna quase pessoal.
Por
isso todos nós, ao promovermos ou apoiarmos projetos de tamanha grandeza, temos
que dialogar a respeito deles. Como diz o Governo Lula: “Por mais que muitas
obras tenham sido inauguradas sem a placa do Governo Federal, eu fico muito
feliz por saber que as obras estão saindo.” E, muitas vezes, mais de 90% dessas
obras são feitas com recursos federais.
Então,
este é um momento de grande reflexão para nós, seja por meio do tema da
Campanha da Fraternidade, trazido nesta semana, seja por intermédio da ideia de
que País é este, com enorme desigualdade social. Com certeza, nós nos
perguntamos: onde está o Poder Público para promover políticas de inclusão que
possam atender não só, Ver. Marcantônio, à questão dos excluídos, mas, mais do
que isso, à questão dos PcDs - Pessoas com Deficiência? Nós percebemos que
existe aí uma grande lacuna, até porque foi criada a Secretaria de
Acessibilidade, mas não foram implementadas políticas de inclusão social,
porque, para a grande maioria desses cidadãos, que hoje chega a atingir 17% da
população brasileira, não foram criadas políticas de inclusão, e por isso ainda
há essa enorme desigualdade. E não se trata apenas de abaixar o meio-fio, mas
de poder promover política de inclusão que dê dignidade a essas pessoas, que é
o emprego, a relação com a família, o acesso a todos os mecanismos de
transporte público e, mais do que isso, políticas públicas. Então, nesse aspecto,
quero dizer que nós, sim, podemos diariamente pautar questões dessa natureza e
convencer o Poder Executivo a implementar as políticas de inclusão social.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; senhoras e senhores, eu não vou seguir a mesma linha dos meus
antecessores aqui nesta tribuna, mas quero apenas dizer que, se uma parte
daquilo que está sendo gasto para promover a Ministra Dilma para ser candidata
à Presidência da República tivesse sido gasto com o social, com toda a certeza,
estaríamos melhor, porque, em todo o País, gastam-se fortunas para que ela
possa ter condições de ser a candidata à sucessão do Presidente Lula. E,
infelizmente, contrariando todas as regras que temos, nada acontece, e a
Ministra segue firme, fazendo a sua campanha antecipada.
Mas
o que está me preocupando, Sr. Líder do Governo, Sr. Presidente desta Casa, é
uma área que V. Exª falou aqui, en
passant, nesta tribuna, fazendo um elogiou, depois de ter feito crítica,
que é a área do Meio Ambiente, na qual está o nosso amigo Professor Garcia. E
eu tenho certeza de que está fazendo um bom trabalho.
Não
faz muito tempo que nós ouvimos a notícia e vimos os resultados de uma árvore
que acabou caindo sobre alguns automóveis na Praça da Matriz. Pois agora, à
tarde, também, uma árvore caiu na Rua Corte Real, em cima de alguns fios de
iluminação. Ora, nós não estamos tendo, na atualidade, Ver. Tessaro, vendavais
que possam justificar a queda de árvores. E não me lembro, nos últimos tempos,
de ventos tão fortes que pudessem arrancar ou quebrar árvores como as que estão
colocadas nas ruas da nossa Cidade.
Eu
tenho a impressão de que em função da falha cometida no passado pelas pessoas
que plantaram essas árvores - algumas delas têm raízes tão grandes, que acabam
quebrando o passeio -, deveríamos solicitar ao Secretário do Meio Ambiente que
fizesse um inventário de todas as árvores existentes hoje na nossa Cidade. Se
esses fatos continuarem acontecendo e se seguirmos o conselho do nosso querido
amigo Valter Nagelstein, de sair passeando por parques da Cidade, nós podemos
correr o risco de ter uma árvore caindo na nossa cabeça. A queda de árvores
está sendo muito frequente na nossa Cidade. E eu dei os dois exemplos mais
noticiados, mas temos vários outros casos na Cidade, ainda que estamos tendo
ventos fracos. Hoje, por exemplo, não tivemos nenhum vento mais potente, nenhuma
ventania na Cidade, e uma árvore das maiores caiu na Rua Corte Real.
Então,
deixo aqui um pedido para a Liderança do Governo. Eu acho que nós poderíamos
fazer um convite ao Secretário do Meio Ambiente, o nosso querido amigo
Professor Garcia, para que ele viesse até esta Casa trazendo alguém que tivesse
todas as informações sobre as árvores que temos na Cidade. Acho que, pelo
número delas, algumas devem ser, realmente, muito velhas, muito antigas e, por
isso, precisam ser fiscalizadas constantemente, até para sabermos qual é o
perigo que as pessoas estão correndo nos diversos cantos da Cidade, nas praças
- local com muitas crianças - e nas ruas. Precisamos saber qual é o perigo que
isso pode estar oferecendo às pessoas. Chamou-me atenção e me preocupou mais
esta queda de árvore hoje, numa das ruas principais da nossa Cidade, a Corte
Real, no bairro Petrópolis. A árvore acabou caindo em cima de fios de alta
tensão, inclusive, colocando em perigo as pessoas que lá moram ou que por lá
passam. Mas outras tantas têm caído aqui em nossa Cidade, e eu acho que nós
precisamos saber qual a previsão de se fazer um inventário que nos informe
sobre as árvores que nós temos e as condições em que elas se encontram. Eu
acredito que, realmente, muitas delas já ofereçam riscos para toda a população.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; pessoas que nos acompanham pelo Canal 16, pela Rádio Web da Câmara;
funcionários da Casa, que país é este mesmo? Que país é este, Ver. Oliboni,
onde o Lula fica triste e aborrecido, porque se prende um Governador de Estado?
Pode prender governador, vereador, deputado estadual, federal! Ele disse: “Eu
lamento que se prenda um governador, porque isso atenta contra a política.”
Não, não, não atenta contra a política, não! Começa a se fazer uma limpeza na
política, mas o Lula, que é o dono do mundo, é o “cara”, acha que pode falar
qualquer coisa, e tudo fica por isso mesmo.
Que
país é esse de um MST que transfere as suas operações do campo, agora, para a
cidade? Quer dizer, não vai dar mais votos no campo; vai dar voto, vai encher o
saco, vai fazer esculhambação na cidade? Esse é o MST, braço direito ou
ex-braço direito do seu Partido.
Que
país é este que vai gastar 20 bilhões de reais - eu disse 20 bilhões de reais -
para promover um campeonato mundial de futebol? A minha posição a respeito de
Copa do Mundo, no Brasil, sempre foi esta; eu sou contra mundial de futebol no
Brasil antes de os principais problemas da periferia, os problemas de educação,
os problemas de saúde serem resolvidos. Se temos 20 bilhões para gastar com
mundial de futebol... E depois ainda tem a Olimpíada, que será o trampolim da
volta do Lula à Presidência da República, é evidente, ou já estará na
Presidência. Acho que, em 2014, voltando!
Então,
que país é este que vai gastar 20 bilhões de reais, com o apoio do PMDB sujo,
asqueroso, comandado por Sarney e Temer?
(Aparte
antirregimental.)
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Nós temos, mas o seu Partido também tem
José Dirceu, que ainda manda no seu Partido, ainda decide no seu Partido! Estão
todos eles casados, PSDB, PMDB, PT, PTB e PDT! Todos os grandes Partidos têm os
maus políticos; o nosso também tem - o PMDB é um horror em Brasília. Agora,
isso não tem nada a ver; o que tem a ver é que vão ser gastos 20 bilhões de
reais para fazer uma Copa do Mundo, e nós temos inúmeros problemas para
resolver. Nós não fomos nem beneficiados com aquele sonho de que todo gaúcho
tem de ter um metrô moderno na cidade de Porto Alegre. “Ah, mas eles não foram
em tempo à Brasília!” Foram sim, foram sim, de pires, de chapéu na mão, diante
do dinheiro que se leva daqui e que não tem retorno para Porto Alegre e para o
Rio Grande do Sul, como não tem retorno, também, para o Estado do Paraná; como
não tem retorno para São Paulo, porque o dinheiro que sai das federações e vai
para Brasília é grana muito alta, é dinheiro, realmente, com que poderia se
fazer muita coisa, Ver. Luiz Braz, em termos de assistência social,
principalmente na Saúde e na Educação.
Ontem
ou anteontem, não me lembro, acompanhei Dom Dadeus Grings falando em Deus e o
dinheiro; ou você quer o diabo ou o dinheiro. Não! Eu quero Deus e o dinheiro.
Mas que coisa é essa? Como é que vem aqui “pregar moral de cueca”? Não, nem Dom
Dadeus Grings, nem o Papa, nem o Bispo, porque nós queremos Deus - e eu quero
Deus, embora viva perguntando onde é que Você está, por que Você deixa
acontecer determinadas coisas, meus Deus -, eu também tenho que dizer que eu
quero Deus no meu coração. Não sou nenhum pastor, longe disso, mas eu também
quero o dinheiro, o dinheiro para a Saúde! Imaginem o Dr. Raul e o Dr. Thiago
interessadíssimos na saúde do povo porto-alegrense, do povo brasileiro, de uma
maneira em geral, com 10% de 20! Isso dá 2 bilhões de reais na Saúde. Já seria
uma graninha para aumentar os leitos hospitalares, não é, Dr. Raul? E a
Educação? Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, DJ Cassiá, eu faço parte da
Comissão de Educação e Cultura desde que entrei nesta Casa, e estou indo para o
décimo ano. E aí, tem grana? Não! A grana vai para lá e não volta. Então, é
preciso dinheiro, sim, Dom Dadeus Grings, para fazer as coisas também. Claro
que existem os gananciosos, aqueles que, quanto mais têm, mais querem, mas isso
já é outra história da cabeça de cada um.
Disse
o Líder do Governo, Valter Nagelstein, que os Secretários precisam ser
cobrados. E precisam! Eu tive um problema, quando fui morar no bairro de
Ipanema, com barulho, e vizinho do Secretário do meu Partido, o PMDB, do
Secretário Professor Garcia. “Ah, mas não dá para fazer nada.” Dá, sim! Tanto
que dá, que estão solucionados os problemas lá. É preciso fazer, é preciso
acreditar, mas é preciso ir também aos problemas, encarar os problemas, não é
esse negócio “a Pedido de Providências, solicito que tal coisa seja feita...”
Não! Manda-se o Pedido de Providências, mas se reforça junto ao Secretário.
Quantas vezes eu procurei o Secretário Nelcir Tessaro, pessoalmente, para
solucionar um problema que havia sido enviado em termos de Pedido de
Providências, o nosso tradicional PP. Agora, que é preciso cobrar, é! E eu
estou cobrando, porque, com as calçadas, não dá! Tudo bem, aí é um problema
muito volumoso. Agora, e as rampas dos cadeirantes nas esquinas? Eu presenciei,
ao estar apresentando um programa de rádio, ali na esquina da Rua Caldas Júnior
com a Rua da Praia, um cadeirante com dificuldade de subir pela calçada, porque
a rampa tem 7, 8, 10 centímetros de desnível, o que prende a roda da cadeira.
Aí, claro, a educação também, fica passando gente para todo o lado, e ninguém
dá uma mãozinha. Mas tudo bem, a educação do povo já é outra história também.
Agora, chegar e arrumar essas rampas dos cadeirantes em Porto Alegre, o que é
que vai gastar de cimento para arrumar ali? Então, é com a SMOV, do Maurício
Dziedricki, é isso? Estou cobrando do Maurício Dziedricki o Pedido de
Providências que eu já enviei a ele, para que os cadeirantes sejam atendidos
nesse setor. E vamos começar, como exemplo, ali pela esquina da Rua da Praia
com a Rua Caldas Júnior, onde mais os cadeirantes têm dificuldade de se
locomover nesta Cidade. Isso para não falar das calçadas, que também já não é
da alçada do Executivo, mas, sim, dos proprietários, e aí já caímos para um
outro lado.
Acho
que nós começamos uma nova temporada agora, finalmente; terminou o carnaval, é
hora de trabalhar, apesar de que, no meio do ano, vamos dar uma parada, eu vou
lá para a África do Sul; vocês ficarão aqui, outros virão, eu irei a trabalho,
mas teremos uma paradinha de um mês. Porém este é um ano cheio, este é um ano
em que todos nós devemos nos preocupar e entender que país é este que gasta 20
bilhões de reais com o campeonato mundial de futebol, o roto tentando ser um
pouquinho diferente do esfarrapado, mas que não atende à periferia, às crianças
que vivem ainda no meio do esgoto e à necessidade de educação, setor em que nós
perdemos no ranking mundial para a
Bolívia, do débil mental do Evo Morales, parente daquele outro, que é mais
débil mental ainda, um tal de Hugo Chávez, que, às vezes, é defendido aqui.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. DR. RAUL: Presidente Nelcir Tessaro; Vereadores,
Vereadoras; todos que nos assistem, este momento de Grande Expediente é um
momento de reflexão que a gente tem aqui na Casa. São quinze minutos que a
gente pode utilizar da maneira que nos convier. Eu inicio falando que estou no
segundo mandato e que, desde que estou aqui na Casa, a minha preocupação número
um foi e continua sendo o planejamento familiar, assim como a Saúde, a inclusão
social e a qualidade de vida das pessoas. E os meus Projetos, independentemente
do trabalho do Vereador, de fiscalização, de encaminhamento de demandas, vão
sempre nesta linha de melhorar a qualidade de vida.
Foram
falados aqui hoje, pelos colegas Vereadores, vários assuntos extremamente
importantes para a cidade de Porto Alegre, e não cabe a mim listar, mas eu me
lembro de alguns. Foi falado, por exemplo, na questão do SAMU. Como médico,
como responsável, eleito pelo Conselho Municipal de Saúde para representá-lo,
eu fui uma das pessoas que fizeram com que o SAMU se viabilizasse em Porto
Alegre, e lá se vão 15 anos, vamos dizer assim, junto ao pessoal da França, que
esteve lá no HPS na ocasião; de Paris, de Lilly, trazendo aquela experiência que foi implantada em Porto Alegre,
quando nós tínhamos, então, apenas a Brigada, que fazia das tripas, coração; os
próprios taxistas que botavam as pessoas, de qualquer jeito, dentro dos táxis e
as levavam para os hospitais; e os Anjos da Guarda, que eram três ambulâncias
que faziam esse serviço via Brigada Militar. Então, é um serviço que ampliou
muito na cidade de Porto Alegre, que presta um excelente serviço e que pode e
deve ser melhorado.
Agora,
temos uma questão cultural muito importante. Realmente o nosso povo - aí eu
entro no planejamento familiar - é uma população que, muitas vezes, não tem a
cultura necessária, a educação necessária. Muitas vezes, nós temos na nossa
Cidade, no nosso País, a classe média, a classe alta fazendo seu planejamento
familiar; e a classe menos favorecida, com menos recursos, com menos informação,
acaba não fazendo. Não faz porque depende basicamente do quê? Depende
basicamente de políticas públicas eficientes e eficazes, e nós devemos muito à
nossa população em termos de políticas públicas.
A
nossa arrecadação geral de impostos é fantástica, está aí: 40% do PIB são
impostos; e o que volta para a sociedade vem aos conta-gotas. Para a Saúde,
então, nem se fala! Na Saúde, mal ou bem, tínhamos a CPMF, que se desqualificou
ao longo do tempo e que trazia, por ano, 20 bilhões de reais para a Saúde. Esse
dinheiro não existe mais, esse dinheiro, hoje, está vindo, também, aos
conta-gotas ou não está vindo. Então, se tentou alguma outra coisa nesse
sentido, como a Contribuição Social para a Saúde, enfim, que não se viabilizou.
Hoje não se pode cobrar da cidade de Porto Alegre, que faz praticamente um
investimento de 20% na parte de Saúde, que ela resolva todos os problemas, mas
precisamos de uma prioridade, também de Porto Alegre, mas muito mais federal,
que é onde estão os nossos recursos maiores na área da Saúde.
A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Queria lhe parabenizar, Ver. Dr. Raul, pela pertinência do tema - o
problema dos recursos para a Saúde - e aproveitar o seu pronunciamento para
relembrar, ou trazer um outro aspecto aqui para a Câmara, a necessidade da
regulamentação da Emenda nº 29, que garantiria só para o Município de Porto
Alegre mais 80 milhões para Saúde, o que, infelizmente, a base do Governo Lula
garantiu que não fosse aprovada no ano de 2008. Nós cremos que isso é uma das
questões fundamentais para garantir mais recursos para uma área tão importante
para a vida da população, a exemplo do que a Deputada Federal Luciana Genro tem
feito pela aprovação da Emenda nº 29, que, inclusive, na campanha eleitoral de
2008, foi um dos temas bastante debatidos.
O SR. DR. RAUL: Obrigado. Seu aparte, realmente,
enriquece o nosso pronunciamento. Essa luta pela Emenda nº 29, já havíamos
travado desde que aqui chegamos, porque, realmente, esta falta de regulamentação
faz com que tanto o Município quanto o Estado e a Federação, acabem não sendo
cobrados, efetivamente, nos percentuais que têm que serem colocados para a
Saúde. Queira Deus que este ano consigamos esta regulamentação! Acho muito
difícil, mas as coisas difíceis são as mais gostosas de ser conseguidas.
Também
gostaria de colocar, na parte que envolve a questão do planejamento familiar,
um programa que muito me toca o coração, que é o da criança, a criança que está
sendo recém-nascida na comunidade pobre, que tem que ser realmente educada, que
tem que ser valorizada para se tornar um cidadão digno, um cidadão que vá nos
representar numa sociedade melhor, uma cidadã, enfim. Assim eu trago um Projeto
de minha autoria, aqui na Casa, que traz um marco regulatório para Porto
Alegre, que é o Primeira Infância Melhor (PIM). É um programa que foi instalado
em 2003 no Estado; e, hoje, dos 496 Municípios, nós temos em 232 - inclusive em
Porto Alegre, ainda que de maneira incipiente - o Programa Primeira Infância Melhor.
E nós precisamos valorizá-lo e transformá-lo numa política pública efetiva
também no Município de Porto Alegre. Isso é muito importante. Esse meu Projeto
vai nessa linha, já está na Ordem do Dia para que nós possamos avançar. Nós
precisamos dar uma vida digna desde o nascedouro. A gente sabe,
cientificamente, que nós temos, do zero aos seis anos, a formação dos nossos
neurônios: o que nós vamos ser, a nossa qualificação para o aprendizado, e o
Programa Primeira Infância Melhor entra muito forte nessa área, e nós
precisamos avançar nessa questão. Nós temos, no Rio Grande do Sul, em torno de
11 milhões de habitantes, dos quais um milhão é de crianças de zero a seis
anos. Assim, nós precisamos valorizar muito especialmente esse Programa, pois
ele trata das crianças com vulnerabilidade social, as que são mais necessitadas
e que devem ser atendidas de maneira prioritária.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Dr. Raul, eu agradeço o aparte. A sua bandeira de luta é muito
bonita e deve ser um compromisso partilhado por todos nós que temos vida
pública. A questão da saúde é fundamental. Só queria compartilhar com V. Exª,
com os colegas Vereadores e com aqueles que nos ouvem, nos acompanham, que
hoje, pela manhã, esteve aqui, na Reunião da Comissão de Economia e Finanças, o
Secretário Municipal da Fazenda, e nós nos detivemos, durante um tempo bastante
longo, no desdobramento dos números do Orçamento do Município, em especial do
comprometimento dos recursos do Orçamento Municipal com a Saúde. O Município de
Porto Alegre gasta quase 20% do seu Orçamento com a Saúde, Ver. Oliboni. Lá
estava o Ver. Mauro Pinheiro, do seu Partido, e nós vamos disponibilizar esses
dados. O que assombrou este Vereador, e deve assombrar todos nós, é que, muitas
vezes, esses recursos não chegam na ponta, Presidente. E aí, é uma questão de
gestão, não é uma questão de recursos disponíveis. É uma questão de gestão. E
eu acho que, nesse sentido, nós precisamos fazer um esforço de tentar auxiliar
a Secretaria Municipal da Saúde - o Ver. Oliboni já tocou nisto, a questão da
gestão - na correta aplicação para que projetos meritórios, para que programas
meritórios, para que o ideário, como é o ideário que V. Exª tem, ideias que nós
temos, vontade que nós temos, possam, de fato, se transformar em políticas que
venham a contribuir para termos uma Saúde muito melhor para a nossa população.
Porto Alegre é das capitais brasileiras que mais investem per capita em saúde.
O SR. DR. RAUL: Agradeço pelo aparte.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Dr. Raul, quero cumprimentar V. Exª e dizer que o problema não
está somente na quantidade de recursos que se gasta, mas como esse recurso é
gasto para a população ser atendida. Ontem, nós estávamos dizendo que os
médicos que estão nos postos de saúde, muitas vezes, trabalham apenas duas
horas por dia. Eles teriam que ter uma carga maior. V. Exª, que é da área, e
outros Vereadores, nós todos temos que nos preocupar com isso, porque não dá
para continuar assim. A população não consegue ter acesso às consultas médicas,
e os médicos estão trabalhando, na verdade, muito pouco nos postos.
O SR. DR. RAUL: Eu agradeço pelo aparte e também digo ao
Ver. Braz que nós estamos precisando, realmente - isso já vem há mais de 20
anos -, adequar a carga horária do médico ao seu salário. Isso passa por esta
Casa também. A gente tem feito vários movimentos em relação a isso junto à
própria Casa, à Prefeitura, ao Sindicato Médico, ao próprio Conselho de Medicina,
e esperamos que nós sejamos também propositores, aqui, desta matéria.
O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Dr. Raul, eu queria também contribuir com este debate e
levantar a questão sobre a qual nós conversamos há poucos dias, na Comissão de
Saúde e Meio Ambiente, quando se falava da enorme quantidade de cidadãos e
cidadãs que vêm do interior do Estado para utilizar os serviços de Saúde em
Porto Alegre. Porto Alegre é considerado um local de grande referência, até
porque temos aqui hospitais com uma tecnologia bastante avançada como o
Conceição, o Clínicas, a PUC, o Mãe de Deus, o Moinhos; mas o Clínicas e, mais
precisamente a Santa Casa, o Conceição e a PUC, mesmo assim, embora atendam
muitos cidadãos que vêm do Interior, ainda não conseguem atender a toda a
demanda da cidade de Porto Alegre. Então é um debate muito importante. Eu
acredito que esses centros regionais, no Interior, têm que prevalecer como uma
política de Estado, até porque o cidadão terá lá, próximo de sua casa,
atendimento com qualidade. Porto Alegre, é claro, também continuará com essa
política de ampliação das unidades de saúde, como também do Programa de Saúde
da Família. E, com certeza, na medida em que nós tivermos o mapeamento de todos
os bairros, de todas as comunidades, ao menos o primeiro atendimento dará uma
grande prevenção à saúde em Porto Alegre. Parabéns.
O SR. DR. RAUL: Obrigado, Ver. Oliboni, somo ao seu
pronunciamento a preocupação também com a instalação das UPAs, Unidades de
Pronto Atendimento 24 horas; estamos lutando já, há dois anos, nessa questão, e
acreditamos que este ano, agora, no primeiro semestre, teremos a primeira
implantada junto ao Eixo Baltazar, ali no Centro Vida, que já está em fase
avançada, praticamente no início da obra.
Só
para levar adiante o assunto do Primeira Infância Melhor, o que me trouxe
primeiramente aqui à tribuna, quero dizer que é uma parceria com a UNESCO; e a
UNESCO, como Organização das Nações Unidas para a Educação, para a Ciência e para
a Cultura, tem uma experiência mundial nesse processo; e esse processo tem que
avançar também dentro da cidade de Porto Alegre, porque o objetivo, realmente,
é que as pessoas qualificadas, dentro do Programa, através do Grupo Técnico
Municipal, que são os visitadores, os monitores, irão até a casa das famílias,
eles atenderão desde aquela gestante até aquela criança que começa a se
desenvolver; essas pessoas receberão as informações, as orientações que vão
desde a área da Saúde até a questão lúdica, a questão do brinquedo, a questão
do relacionamento familiar, porque tudo isso faz com que nós criemos, na
realidade, ali adiante, cidadãos, cidadãs que estarão longe da droga, que não
vão ter essa agressividade excessiva que nós vemos hoje. Então nós vamos fazer
uma sociedade melhor e mais qualificada.
O
nosso Planejamento Familiar, na realidade, tem que ser efetivado. Por quê?
Porque, se não houver uma política pública realista e forte nessa matéria, nós
estaremos gerando muitos filhos indesejados, como os que existem hoje na
sociedade, e isso faz com que, muitas vezes, pessoas jovens, muitas vezes,
acabem fazendo vasectomia, ligaduras tubárias, sem necessidade, porque não
conseguiram, em função de deficiência da área pública, o preservativo, a
orientação. Essas pessoas acabam tendo um número muito grande de filhos, os
quais não conseguem orientar, e as crianças ficam, muitas vezes, atiradas ao
seu bel-prazer, à droga, à falta de uma educação competente. Meninas
pré-adolescentes e adolescentes engravidam, e, depois, quase 50% não retorna à
sala de aula; estão no colégio, engravidam, e acabam não retornando à sala de
aula, fazendo com que a sociedade, na realidade, perca em qualidade - nós
sabemos disso - e sobrecarregue todos os entes envolvidos nessa matéria.
Então
nós precisamos avançar em programas como estes, como a Primeira Infância
Melhor, que está trazendo também para Porto Alegre essa qualidade para as
crianças de zero a seis anos, para que nós possamos evoluir nessa matéria.
Eu
tive a oportunidade de, há quatro anos, estar com o primeiro beneficiário deste
Programa, que é o Bruno, ali da Mathias Velho, em Canoas, que tem tido também
um acompanhamento muito especial, porque, na realidade, ele é, vamos dizer
assim, quase uma mascote do Programa. Esse Programa, hoje, atende, no Estado do
Rio Grande do Sul, 40 mil famílias. Nós estamos falando em mais de 60 mil
crianças que já estão sendo atendidas, tanto na forma da família quanto na
forma comunitária, porque a abordagem dos visitadores a essas pessoas é uma
abordagem de saúde, educacional, cultural, o que é levado não só ao seio da
família, mas também para dentro da comunidade. É muito importante, no Programa,
a transversalidade que envolve a família, a criança e a comunidade, para que
realmente se forme uma comunidade, uma família melhor, objetivo do Programa
busca na sua plenitude. O que nós todos queremos é uma sociedade melhor, uma
sociedade onde o dinheiro - como disse aqui, ontem, o Dom Dadeus, na Campanha
da Fraternidade - tenha o seu espaço também para a inclusão social e para que
nós possamos viver melhor em função daquele poderio econômico que hoje a
sociedade dispõe. Obrigado. Saúde para todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 5858/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 049/09, que cria 2
(duas) funções gratificadas junto ao Quadro de Postos de Confiança do
Magistério Público Municipal e 1 (uma) função gratificada junto ao Quadro da
Administração Geral da Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA), as 3 (três)
a serem lotadas em Unidade de Ensino da Secretaria Municipal de Educação
(SMED).
PROC. Nº 6051/09 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 054/09,
que cria cargos de provimento efetivo
de Médico Veterinário na Administração Centralizada do Município.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 5801/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 252/09, de autoria do
Ver. Alceu Brasinha, que institui, nos hospitais do Município de Porto Alegre
nos quais se realizem partos, o Cadastro de Doadoras de Leite Humano e dá
outras providências.
PROC. Nº 6107/09 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 018/09, que
autoriza o Executivo Municipal a permutar com a Empresa Montaine Participações
Ltda., o próprio municipal matriculado sob o nº 81.043, na 4º Zona de Registro
de Imóveis de Porto Alegre, pelo próprio particular matriculado sob o nº
32.968, registrado na 6ª Zona de Registro de Imóveis desta Capital, e dá outras
providências.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luciano Marcantônio está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, ontem o Ver. Carlos Comassetto comentou o Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 018/09, encaminhado a esta Casa. Trata-se
de uma permuta de uma área da Prefeitura com a empresa Montaine Participações
Ltda.
O
Ver. Carlos Comassetto colocou nesta tribuna a preocupação com o fato de essa
área ficar garantida na utilização de loteamento para comunidades de baixa
renda. Ele colocou em dúvida se esse Projeto encaminhado pelo Executivo
conteria, em seu teor, essa questão expressa. Mas, no Projeto encaminhado pelo
Prefeito José Fogaça, isso está claro. Vou ler rapidamente essa questão que
configura a garantia de que essa área tenha esse destino. (Lê.), envolvendo
área localizada no “Este Projeto de Lei Complementar tem como objetivo
viabilizar a proposta de permuta de imóveis s limites do gravame Porto Seco e
área localizada na Zona Norte, a qual viabilizará o reassentamento de núcleos
residenciais oriundos de ocupações irregulares do entorno e nos limites do
Porto Seco.” Então, bastava - como o Ver. Reginaldo Pujol colocou - que o Ver.
Carlos Comassetto, grande Vereador e que faz uma oposição construtiva nesta
Casa, realmente tivesse lido o Processo.
Eu
quero aproveitar a oportunidade para comentar sobre esse Processo que envolve o
DEMHAB, que é um dos departamentos, com certeza, mais difíceis de serem
administrados, um dos departamentos mais estratégicos. E quero lembrar que, no
período em que o nosso Vereador e amigo Dr. Tessaro esteve no comando do
DEMHAB, a gestão Fogaça teve uma política pública habitacional de altíssima
qualidade, principalmente na região em que eu atuo, que abrange os bairros
Humaitá, Farrapos e Navegantes. Lá eu pude presenciar o trabalho de altíssima
qualidade, o esforço, a dedicação e o carinho que o Ver. Tessaro sempre colocou
no seu trabalho junto às comunidades de baixa renda dos bairros Humaitá,
Farrapos e Navegantes.
Eu
nunca tive a oportunidade, Ver. Tessaro, de cumprimentá-lo pela sua exemplar
atuação no comando do DEMHAB. E o PTB está de parabéns, porque, num primeiro
momento, por intermédio do Ver. Tessaro, teve um trabalho que orgulha todos os
porto-alegrenses e nós, do PDT, que somos parte desse Governo, pela dedicação e
os resultados que trouxe, levando a moradia não só para os bairros Humaitá,
Farrapos e Navegantes, como para todos os bairros, principalmente para os mais
necessitados de Porto Alegre.
E
agora o DEMHAB tem à frente o Dr. Goulart, que também tem conseguido, com todo
o seu esforço, experiência e capacidade administrativa, dar continuidade a um
conceito de administrar a política habitacional junto às comunidades de baixa
renda, conceito que nasceu na gestão do Ver. Nelcir Tessaro. Esse ponto tem que
ficar registrado, porque nós sabemos o quanto os cidadãos de baixa renda lutam
pela sua casa, o quanto uma casa transforma a vida de uma pessoa que está lá na
vila, numa situação difícil, numa casa, às vezes, construída sem nenhuma
garantia de qualidade, às vezes correndo até risco de vida. Sabemos o quanto é
importante termos políticas públicas habitacionais que cheguem a todos os
moradores de baixa renda, casas que garantam a sua dignidade, a sua qualidade
de vida a todos e para o chefe da família que tanto sonha em ter o seu teto.
Então,
como pedetista e como partícipe do Governo Fogaça desde a primeira gestão, fico
muito feliz em ter visto a administração do Ver. Tessaro, e agora a
administração do Dr. Goulart, sempre comprometida com as políticas públicas
habitacionais das comunidades de baixa renda. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu agradeço as suas palavras no tocante à
minha pessoa, quando estive no DEMHAB, mas é o dever de todo o servidor público
desempenhar suas funções com qualidade, principalmente quando se trata de
habitação para as pessoas que mais precisam.
Não
havendo mais nenhum Vereador inscrito, está encerrada a presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h45min.)
*
* * * *